Representantes das forças policiais cobram estruturação das polícias

Ascom/Câmara de MaceióVereador Francisco Sales

Vereador Francisco Sales

Integrantes da segurança pública em Alagoas denunciaram, na manhã desta sexta-feira (9), durante audiência pública na Câmara Municipal de Maceió, o que consideram desmonte da Polícia Civil no Estado. A audiência foi convocada pelo vereador Francisco Sales (PPL) e reuniu dirigentes de várias entidades ligadas ao setor, além da sociedade civil e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o objetivo de discutir a situação da segurança em Alagoas.

Policiais e delegados alertaram para as consequências do fechamento de delegacias a partir das 18 horas, disseram que a função de investigação que compete à Polícia Civil está sendo usurpada e afirmaram que os números da violência, ao contrário do que foi informado pelo governo, mostram que não há o que comemorar. Situação que atribuem à falta de uma política pública para o setor.

Também relataram a falta de estrutura da Polícia Militar, a desvalorização profissional e cobraram condições de trabalho para manter o patrulhamento ostensivo.

Além de Francisco Sales, a audiência teve a presença do vereador Silvânio Barbosa (PMDB). Ao abrir a audiência, Sales disse que atendeu a um apelo feito no final de maio pelo Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol).

“O aumento da violência no Estado está num nível que beira o insuportável”, afirmou o vereador, citando a situação dos comerciantes, categoria que ele integra. “Além da quantidade exorbitante de impostos, a categoria tem que pagar segurança particular ou ficar atrás das grades, do contrário não comercializa seus produtos”, ressaltou o parlamentar.

O vereador Silvânio Barbosa fez uso da palavra para dizer que não pode se omitir de cobrar que se estabeleça uma política de segurança de Estado e não de governo. Ele disse que encaminhou requerimento ao governador “para saber se há e por qual motivo de policiais civis estarem cedidos a vários órgãos, autarquias, sem ser a atividade fim, que é a delegacia, o inquérito policial e por que não ter convocado a reserva técnica da Polícia Civil”.

O presidente do Sindpol, Josimar Melo, afirmou que não há o que comemorar em relação aos números da violência. “Ao contrário. Em maio caiu porque o índice de fevereiro foi muito alto. É lamentável que o governador atribua os números à guerra de facções. O número de homicídios está aumentando por causa do desmonte da Polícia Civil, que não está investigando como deveria porque sua função foi usurpada por outros profissionais de segurança. Não por culpa deles. Ao contrário. Este é um problema de falta de gestão. O que existe é uma ofensiva de destruição da Polícia Civil”, afirmou.

DESTROÇADA – O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol), Robervaldo Davino, disse que a instituição “está destroçada”, e afirmou que ainda assim “todas as operações de busca e apreensão e cumprimento de mandado de segurança são fruto de investigação feita por esta Polícia Civil destroçada”. Ele disse que existe a necessidade de 193 delegados na ativa, mas há apenas 121, sendo que desses, 51 estão aptos à aposentadoria.

O delegado Antonio Carlos Lessa, diretor da Polícia Civil e da Academia de Polícia Civil de Alagoas (Apocal), defendeu que o governo do Estado invista em educação, saúde, economia para dar a oportunidade de emprego aos jovens”.
Com 30 anos na PC, ele diz que a instituição “precisa de investimentos”.

Ricardo Nazário, diretor do Sindpol, apresentou números da criminalidade, que segundo ele só aumentam. “Foram 4.588 homicídios no governo de Renan Filho. Em maio reduziu 7 homicídios. Comemorar o quê? Não existe uma política de segurança pública no Estado”, disse.

O coronel da PM, Jota Claudio, defendeu a integração das forças policiais e disse que a Polícia Militar vive a mesma situação da Civil. “Os quartéis da PM vivem o mesmo retrato das delegacias. Comandei quase todos os batalhões da capital e, recentemente, o de Arapiraca, onde o efetivo deveria ser de 1.400 policiais, porém conta apenas com 500”, afirmou.

Representantes do governo foram convidados a participar da audiência, mas não compareceram.

Fonte: Ascom/Câmara de Maceió

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