Conselho de Trânsito aprova proposta e passagem pode subir para R$ 3,80

Novo valor precisa agora da aprovação do prefeito Rui Palmeira;

Max Monteiro/ Secom MaceióÔnibus / Ilustração

Ônibus / Ilustração

O Conselho Municipal de Trânsito (CMT) aprovou na manhã desta quarta-feira, 07, a proposta de aumento da passagem de ônibus para R$3,80. Por nove votos a dois, o reajuste de 8,6% precisa agora ser sancionado pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB).

A reunião do Conselho aconteceu na sede da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e segundo o superintendente do órgão, Antônio Moura, o valor de R$ 4,00, proposto pela categoria, era alto e não poderia ser aceito. “Este é um valor muito alto, que não condiz com a capacidade financeira maioria dos usuários. A nova proposta é um meio termo. O documento será entregue no gabinete do prefeito ainda hoje, para análise e aprovação”, disse.

No encontro ficou definido que além do aumento, a SMTT irá aumentar a fiscalização dos clandestinos, incentivar o uso do cartão bem legal e que já a partir deste mês a integração, onde o passageiro só vai pagar uma tarifa para ir e voltar no intervalo de uma hora e meia, começará a valer.

Cálculos

As empresas justificam o pedido de reajuste pelo aumento do valor dos combustíveis e a diminuição de passageiros. De acordo com os números apresentados pelos empresários, somente em 2017, de 630 mil passageiros deixaram o transporte e em quatro anos as empresas deixaram de receber mais de R$ 4 milhões mensais devido à diminuição do número de passageiros.

“Foram mais de meio milhão de passageiros perdidos só ano passado, e a grande maioria deles foi parar nas mãos dos táxis, vans e veículos comuns que fazem diariamente o transporte clandestino em Maceió. Este problema, impacta diretamente nos cálculos feitos para o novo reajuste”, destacou Enildo Arruda, assessor técnico do do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sinturb).

A proposta inicial do Sinturb foi de 15%, o que aumentaria a tarifa para R$ 4,02. Os representantes da entidade apresentaram um estudo do cálculo feito por um técnico. Dos 15% sugeridos, os 3% representam o aumento previsto no contrato da licitação, levando em consideração o Índice Paramétrico de Preços ao Consumidor. Já os outros 12% estão atrelados à perda de passageiros para integração temporal e transporte clandestino (vans, mototáxis, táxis e complementar).

Por sua vez, a tarifa apresentada pela SMTT – durante a reunião de hoje – seria de R$ 3,63 sem a perda de passageiros; porém, como houve queda de 10% no número de usuários e 1,8% na receita em 2017, o valor deveria subir para R$ 3,78, sofrendo, ainda, um pequeno reajuste, fechando a R$ 3,80 por questões de troco.

Câmara vota contra

Com lugar no CMT, a Câmara Municipal de Maceió votou contra o percentual de 8,6% como reajuste do valor da tarifa dos coletivos da capital alagoana.

A informação foi dada pelo vereador José Márcio Filho (PSDB), que representa a Casa no Conselho. Além de ter se posicionado contrária aos 8,5%, a Câmara espera o bom senso do Executivo para que não sancione o reajuste concedido.

De acordo com o presidente do Legislativo municipal, Kelmann Vieira (PSDB), o retorno das discussões e aprovação dos reajustes de tarifa do sistema de transporte público da Capital será um dos temas a ser debatido, neste primeiro semestre pela Câmara de Vereadores. “Esta é uma situação que precisa ser amplamente discutida, não pode ficar limitada apenas ao Conselho, e o Poder Legislativo é sim o colegiado ideal para isso, já que podemos realizar audiência pública e convoca a sociedade para um amplo debate, antes da aprovação de qualquer aumento”, explicou.

Kelmann Vieira afirmou que reconhece o avanço nos serviços prestados, principalmente após o processo de licitação, mas ainda há muito em que avançar. “Não há como não reconhecer que a licitação feita pelo Executivo trouxe melhorias para o transporte público em Maceió. Porém, as reclamações da população com falta de ônibus, coletivos lotados e a demora em pontos para pegar o transporte são aspectos que depõem contra o setor. Além disso, falta conforto. Moramos em uma cidade cuja temperatura é alta e os coletivos, mesmo com a passagem a R$ 3,50 não possuem ar-condicionado. Por tudo isso, como disse o vereador José Márcio Filho, a Câmara votou contra o percentual e vai trabalhar para que o processo de discussão da tarifa volte a ser uma atribuição da Câmara, como era antes da criação do Conselho em 2009”, afirmou.

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