24ª Grito dos Excluídos em Maceió será na beira da Lagoa Mundaú e aponta desigualdade como geradora da violência

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No feriado de 7 de setembro, se de um lado haverão as comemorações pelo Dia da Independência do Brasil; do outro, serão realizadas as já tradicionais manifestações do Grito dos Excluídos, como forma de questionar criticamente o sentido da data comemorativa. Em Maceió, vão acontecer ações nas proximidades da Lagoa Mundaú.

A concentração do ato político terá início às 8 horas, na área conhecida como Porto da Lancha, no Dique Estrada, localizado no bairro Vergel do Lago. Organizada pelas Pastorais Sociais, Arquidiocese de Maceió e Movimentos Populares, a mobilização faz parte de um conjunto de ações em todo o Brasil.

De acordo com Carlos Lima, coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Alagoas (CPT/AL) e da organização do Grito dos Excluídos em Maceió, “a Lagoa Mundaú – onde também vai acontecer a Romaria da Terra e das Águas, nos dias 22 e 23 deste mês – foi escolhida por ser um local desprezado e que concentra muita gente excluída do poder econômico e político em Alagoas. Haverá depoimentos de pescadores e marisqueiras e apresentações culturais daqueles que vivem na beira da lagoa”.

Desde sua primeira edição, em 1995, a manifestação tem como mote “A vida em primeiro lugar”, e em 2018, chega a seu vigésimo quarto ano, com o lema “Desigualdade gera violência: Basta de privilégios!”.

Na Arquidiocese de Maceió, o Grito dos Excluídos aconteceu pela primeira vez na Praça dos Martírios, no Centro. As manifestações passaram, também, pelo bairro do Jacintinho, pelo Feitosa e até mesmo pela orla da Pajuçara, depois do desfile cívico. Mas, três edições já foram realizadas nas margens da Lagoa Mundaú, com intuito de atrair olhares fraternos e solidários para a situação da comunidade do lugar.

A Lagoa Mundaú é considerada a mãe dos moradores que vivem às suas margens. As famílias dependem dela para sobreviver, sobretudo do trabalho proveniente do sururu – patrimônio imaterial do estado. Ali, entre os bairros de Bebedouro, Mutange e Vergel do Lago, vivem cerca de 10 mil pessoas abaixo da linha da pobreza, ou seja, que sobrevivem com menos de R$250 mensais, de acordo com os cálculos técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet). Não é à toa que a região atualmente é considerada como uma das mais violentas da capital. Conforme afirma o lema do 24º Grito dos Excluídos: “Desigualdade gera violência”.

Em Alagoas, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente há 594.021 pessoas vivendo nessa situação de extrema pobreza. Deste total, 393.075 – ou seja, mais da metade – sobrevivem com R$85 ou menos durante o mês. No estado, de um lado, 1% dos mais ricos (30 mil pessoas) concentram 28,4% da renda e, do outro, os 50% mais pobres (1,5 milhões de pessoas) têm apenas 14%. Trata-se de uma realidade que converge com o quadro nacional da desigualdade social: no Brasil, 5 bilionários têm riqueza/patrimônio equivalente ao que tem metade da população brasileira (+ ou – 103 milhões de pessoas).

Neste contexto do lema, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2018, que pauta a superação da violência, a mobilização traz a denúncia do Estado Mínimo como fomentador deste problema social. Este modelo de Estado neoliberal adotado do Brasil privilegia o mercado e lucro, em detrimento às necessidades dos trabalhadores, por meio de corte de políticas públicas e sociais.

O 24º Grito também pretende levar à população o debate acerca dos seguintes eixos: democratização da comunicação; nenhum direito a menos (contra o congelamento por 20 anos dos investimentos sociais e as reformas da previdência e trabalhista); questionamento de que projeto de país a sociedade deseja construir; importância da participação política para a emancipação popular; união de generosas e generosos nas ruas; e a defesa da “Mãe Terra”, que diz respeito à luta contra a destruição dos biomas.

Na perspectiva deste último eixo, está a crítica ao modelo do agronegócio, que empobrece o solo, polui as águas e leva perigo a todo o ecossistema.Esta 24ª edição do Grito dos Excluídos tem o objetivo de promover a vida e anunciar a esperança de um mundo justo, valorizando e construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar a classe trabalhadora, os povos indígenas e quilombolas nas lutas populares, denunciando a estrutura opressora e excludente da sociedade e do sistema capitalista.

Serviço:
24º Grito dos Excluídos
Quando: 07 de setembro de 2018
Que horas: 08:00h
Onde: Lagoa Mundaú – Porto da Lancha, no Dique Estrada – Vergel do Lago, Maceió/AL
Mais informações: 82 99137-6112 (Carlos Lima) / 9 9341-4025 (Heloísa Amaral)

Fonte: Divulgação

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