TCDB: Uma arma eficiente no diagnóstico precoce do câncer de pulmão

Ascom / Santa Casa

Médico radiologista Rodrigo Benning e o moderno tomógrafo da Santa Casa de Maceió

Você já ouviu falar em tomografia computadorizada com baixa dose de radiação (TCBD)? Trata-se de uma modalidade de radiografia especializada para rastreamento de câncer de pulmão.

O câncer de pulmão era considerado uma doença extremamente rara no final do século XIX, representando apenas 1% de todas as neoplasias identificadas em biópsias na Alemanha (no Instituto de Patologia da Universidade de Dresden).

No entanto, este perfil mudou drasticamente no século seguinte, com o aumento no consumo de tabaco e derivados, sendo, atualmente, o mais comum de todos os tumores malignos, com crescimento de 2% ao ano na incidência mundial, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O Inca informa ainda que o câncer de pulmão mata cerca de 28 mil brasileiros/ano, mais que os óbitos por câncer de cólon, mama e próstata.

“Diante deste cenário, as formas mais eficazes de se prevenir o risco de morte por câncer de pulmão são por meio da prevenção primária (não fumar é a principal delas) e da secundária (por meio de exames de rastreamento, como a TCBD)”, enfatiza Rodrigo Benning Pinheiro, médico radiologista e coordenador do Serviço de Radiologia da Santa Casa de Maceió.

Há cerca de 30 anos, estudos de rastreamento têm sido realizados por meio de radiografias de tórax e citologia do escarro, possibilitando diagnósticos precoces, maior potencial de ressecabilidade e maiores taxas de sobrevida, sem, no entanto, determinar redução da mortalidade.

Pesquisa nos EUA

Em 2002 teve início nos Estados Unidos o maior estudo randomizado de rastreamento de câncer de pulmão, o National Lung Screening Trial (NLST).

Foram avaliados cerca de 54 mil pessoas assintomáticas, entre 55 e 74 anos, com carga tabágica igual ou superior a 30 maços/ano e que haviam parado de fumar nos últimos 15 anos.

Os pacientes foram divididos em dois grupos e acompanhados por três anos consecutivos: os que realizaram radiografia convencional de tórax e os que se submeteram à TCBD.

Os resultados primários mostraram que o rastreamento por TCBD reduziu em 20% a mortalidade pela doença, em comparação com o grupo que realizou radiografia convencional.

A conclusão do estudo foi que a TCBD evita algumas mortes por câncer de pulmão em fumantes de alto risco e em ex-fumantes.

Quem pode fazer o TCDB?

Reprodução

No lado esquerdo, pulmão normal. No direito, a seta indica o tumor

Devem fazer o rastreamento de câncer de pulmão por meio da TCBD fumantes que façam uso acima de 30 maços/ano (número de maços por dia vezes os anos que fumou).

Também são elegíveis para o exame ex-fumantes que cessaram o tabagismo há menos de 15 anos e com idade entre 55 e 74 anos.

Realizada na unidade Diagnósticos Santa Casa, a TCBD utiliza uma menor dose de radiação, o que permite ser repetida frequentemente, de acordo com protocolo estabelecido pelo hospital.

O exame também detecta outras doenças provocadas pelo tabagismo, antes mesmo dos primeiros sintomas se manifestarem.

Abordagem interdisciplinar

Ascom / Santa Casa de Maceió

Exame exige abordagem interdisciplinar

Para avaliar os resultados da tomografia computadorizada com baixa dose de radiação (TCBD) é necessária a participação de uma equipe interdisciplinar composta por radiologista, patologista, pneumologista, oncologista e cirurgião torácico, todos com experiência em doenças do tórax.

O compartilhamento de informações orienta a conduta médica com solicitação de novos exames e início de tratamento, se for o caso.

O diagnóstico precisa ser confirmado com biópsia, que pode ser por broncoscopia (exame onde um tubo fino com câmera penetra pelas vias aéreas), por punções transtorácicas com agulha ou por cirurgia.

Fonte: Ascom / Santa Casa de Maceió

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