“Pior que um animal”, diz irmão de italiano morto sobre assassina confessa

Déborah Moraes

Antonio Cicchelli, concedeu entrevista coletiva na tarde de hoje (23)

“Pior que um animal”, “Vergonha para os brasileiros”, “Um ser indefinível”. Estas foram algumas das definições atribuídas à assassina confessa do advogado italiano Carlo Cicchelli, Clea Fernanda Máximo da Silva, feitas pelo irmão da vítima, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 23.

O empresário Antonio Cicchelli, que veio ao Brasil para dar celeridade aos trâmites do translado dos restos mortais do irmão, explicou aos jornalistas, com a ajuda da representante consular Eliza Rogatto, o sentimento da família diante do crime brutal.

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“Estamos arrasados, indignados e sofrendo muito com toda esta situação. Meu irmão estava feliz, encantado com o Brasil, com Maceió, com o povo daqui. Não merecia, de nenhuma forma, ter sido morto como foi”, desabafou.

Eliza Rogatto disse que toda a família ficou muito abalada com a morte do advogado e pelo modo como ela aconteceu. A representante explicou também que inicialmente eles não queriam falar, mas ficaram muito contrariados com a versão apresentada pela suspeita e preferiram apresentar também a versão do irmão, além de que toda a demora e burocracia brasileira tornou o processo ainda mais sofrido. “Hoje no IML eles ficaram muito tristes, pois praticamente não havia nada a ser reconhecido ou sequer recolhido”, explicou.

“Ela tentou dissolver o corpo do meu irmão em soda cáustica. Só um monstro faz isso. Ela é uma vergonha para os brasileiros. Nós nem sequer poderemos dizer aos nossos pais que isto aconteceu. Uma pessoa como ela não tem definição. Se eu chamá-la de animal estarei ofendendo todos os seres do reino animal”, falou o empresário.

Na conversa com a imprensa, Antonio rebateu todas as versões apresentadas pela acusada para justificar o cometimento do crime. O empresário disse não acreditar que tenha havido agressão física por parte do irmão. “Meu irmão era um homem gentil, carinhoso, seria incapaz de agredir qualquer pessoa, principalmente uma mulher”. Questionado a respeito da possibilidade de envolvimento da vítima com magia negra, o italiano riu, e respondeu apenas: “Impossível”.

Antonio acrescentou ainda que não acredita que ela tenha agido sozinha e que ela está acobertando a participação da família. “É impossível você estar dentro de uma casa, com um corpo, por 40 dias, e não perceber, não saber que ele está ali. Ela não agiu sozinha. Como podemos acreditar nela depois disto tudo? Que credibilidade alguém como ela tem?”, questionou.

Déborah Moraes / Alagoas24Horas

A representante consular, Eliza Rogatto, auxiliou a família com todos os trâmites.

Ele confirmou também que chegou a depositar quantias de dinheiro – sem especificar quanto – na conta da brasileira, acreditando que era o irmão quem estava pedindo e que este deve ter sido o principal motivo para o crime.

“Estamos tentando levantar as questões no banco, para saber quanto ele (Carlo) tinha e quanto desapareceu do dinheiro”, disse.

O corpo do italiano, apesar de já ter sido liberado e o registro de morte da vítima ter sido lavrado em cartório, permanece no IML esperando que outras etapas judiciais sejam cumpridas. “A família decidiu cremar o corpo do italiano em Recife antes de levá-lo para Itália. Porém, é necessário uma autorização judicial para que seja feito o translado para cremação. Isso deve acontecer dentro de poucos dias, acreditamos”, explicou Rogatto.

A alagoana Cléa Fernanda Máximo da Silva está presa no presídio Santa Luzia e confessou à polícia que assassinou o namorado Carlo a golpes de faca, supostamente durante um ritual de magia negra, ainda em setembro deste ano. Ela escondeu o corpo dentro de um saco, na residência onde os dois viviam, na Ponta Grossa, em Maceió, que só foi achado no dia 5 deste mês.

Antonio Cicchelli deve voltar para a Itália amanhã (24), mas deve vir mais uma vez ao Brasil, antes de todos os trâmites estarem concluídos e para para acompanhar o julgamento de Clea Fernanda. Ele agradeceu também à Justiça e à polícia brasileira pelo empenho em concluir o inquérito.

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