HE do Agreste promove encontro de paciente que ficou quatro meses longe da família

Vítima de traumatismo cranioencefálico, Severino José Belo, estava internado desde setembro passado

Davi Salsa

Profissionais do Hospital de Emergência do Agreste durante o reencontro do paciente José Belo com sua família.

Internado desde o último mês de setembro, devido a um grave traumatismo cranioencefálico, o carroceiro Severino José Belo da Silva, de 43 anos, conseguiu encontrar sua família após quatro meses internado no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca. Durante este período, o paciente esteve sem identificação e, por conta disso, a unidade hospitalar também passou a ser a residência provisória do paciente, que não recebeu a visita de familiares e amigos durante todo o tempo de acolhimento.

Severino Belo chegou ao hospital no dia 14 de setembro de 2018. Ele foi encontrado por populares, na área central da cidade de Arapiraca, totalmente desacordado e sem qualquer tipo de documento de identificação.

O traumatismo cranioencefálico deixou o homem sem falar e com muitas dificuldades para movimentar os braços e pernas. O carroceiro passou vários dias em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, posteriormente, foi transferido para a Enfermaria 22 e Leito 3 do Hospital de Emergência do Agreste.

Nesse período, a psicóloga Carolina Simões e a assistente social Ana Tereza Costa, com o apoio da Gerência do hospital e das equipes do Serviço Social, de Psicologia e do Núcleo Interno de Regulação (NIR), realizaram várias buscas por toda a cidade, na tentativa de localizar a família de Severino Belo. O paciente recebeu alta médica e o hospital até chegou a contatar abrigos para promover o acolhimento.

Perseverantes, a psicóloga Carolina Simões e a assistente social Ana Tereza Costa continuaram as buscas, com o apoio do motorista Itamar. No início da tarde deste domingo (27) conseguiram encontrar a ex-companheira do paciente, a dona de casa Marluce da Conceição dos Santos, e os quatro filhos do casal, dois garotos e duas meninas de 14, 12, 10 e 7 anos de idade.

“Foi um longo tempo de buscas, porque o paciente não recebia visitas e falava com muita dificuldade, o que dificultou ainda mais a nossa procura”, declarou a assistente social Ana Tereza Costa. Ela revelou que as primeiras pistas indicavam a comunidade Cidade de Deus, e depois o bairro Manoel Teles, onde finalmente foi localizada a família do carroceiro.

No emocionante encontro com o ex-companheiro e a equipe do hospital, Marluce da Conceição fez algumas confidências, entre elas, a de que Severino Belo era um homem trabalhador, mas consumia muita bebida alcoólica. “A gente achava que ele estava morto esse tempo todo”, afirmou a mulher, ao lado dos quatro filhos, que ficaram muito felizes com a chegada do pai.

Humanização – A psicóloga Carolina Simões destacou o apoio da Gerência do Hospital e, também, da farmacêutica Natália Velasquez, que durante os quatro meses de internação do paciente fez a doação de cobertores, roupas novas e produtos de higiene pessoal. “Nossa missão maior é salvar vidas, mas também procuramos fazer o acolhimento humanizado aos pacientes que chegam diariamente aqui”, enfatizou a psicóloga.

Devido a esse trabalho de humanização no atendimento, o Hospital de Emergência do Agreste foi o único selecionado pelo Ministério da Saúde, em Alagoas. Desde o ano passado, a unidade hospitalar vem desenvolvendo uma série de ações, como parte da experiência piloto do Projeto Acolhe SUS.

Carolina Simões conta que o caso de Severino Belo promoveu ainda mais a integração entre as equipes do hospital. Nosso passo, agora, é fazer o encaminhamento do ex-paciente para o Centro de Apoio Psicossocial (Caps) e à Defensoria Pública Estadual.

“Como todo cidadão, Severino Belo deve ter assegurado o acompanhamento periódico de especialista médico, como também o benefício previdenciário para ele e sua família”, acrescentou a psicóloga do HE do Agreste.

Fonte: Davi Salsa / Ascom HE do Agreste

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