O Conselho Superior do Ministério Público decidiu, por unanimidade dos votos, pelo afastamento cautelar, por um prazo de 60 dias, do promotor de Justiça Coaracy Fonseca, atendendo a um pedido da Corregedoria do MPE, e a continuidade do inquérito administrativo que apura a conduta do promotor nas redes sociais. Fonseca está sendo punido pelos ataques feitos ao governador Renan Filho, ao procurador-Geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, e também ao Tribunal de Justiça do Estado.
O corregedor-Geral substituto, procurador Luiz Medeiros, entendeu que este é um caso de afastamento porque as declarações do promotor atacam figuras públicas e instituições “de forma injusta”. O procurador também ressaltou que Coaracy já havia sido advertido por duas vezes antes da abertura do inquérito. “Mesmo com as aplicações de censura, o colega continuou reincidindo na sua prática e, em decorrência disto, foi instaurado um inquérito administrativo e mesmo assim ele ainda continuou praticando esses atos que visam desabonar as condutas, especialmente do Procurador-Geral de Justiça, governador do estado, senadores da república, pessoas da sociedade, Tribunal de Justiça e nós entendemos que se a Corregedoria não adotar uma providência ele iria continuar fazendo o que vem fazendo”, alegou Medeiros.
Nos vídeos divulgados nas redes sociais do promotor Coaracy Fonseca, ele critica a estreita relação entre o que ele classifica como elite da agroindústria e o Tribunal de Justiça. Em um destes vídeos ele chegou a dizer que o TJ é o principal responsável pelo “atraso” no Estado. “Eles têm o poder da caneta podem até me prender amanhã ou depois, por isso, o grande medo das pessoas. Mas nós precisamos romper com isso e rumar para nossa liberdade”, disse. O promotor apagou os vídeos publicados, posteriormente.
Em recente postagem na sua página do Instagram, Fonseca afirmou que apesar das ações continuará exercendo seu papel como promotor de justiça.
Em nota, o Ministério Público Estadual informou que “todos os procedimentos da Corregedoria transcorrem sob sigilo, torna-se impossível repassar mais detalhes sobre o caso”.