“Achei que ele estava morto”, diz mãe de bebê encontrado em saco de lixo

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Prematuro é avaliado por equipe da Santa Mônica

Se apresentou hoje à polícia, a mãe do bebê recém nascido encontrado no início do mês de setembro por catadores de lixo numa praça no bairro da Ponta Grossa, na zona sul da capital. A mulher de 23 anos prestou depoimento na Delegacia Especial Dos Crimes Contra A Criança E O Adolescente (DCCCA) e foi liberada em seguida.

Larissa Felix dos Santos, de 23 anos, contou que jogou a criança após dar à luz em casa, sozinha, por achar que o bebê, prematuro extremo, estivesse morto. Ela relatou ainda que escondeu a gestação de todos e por isto não procurou auxílio médico ou a polícia.

A jovem, que já é mãe de outras duas crianças – uma menina de 5 anos e um menino de 2 anos – trabalha como garçonete e mora numa casa no bairro do Trapiche junto com os pais, os irmãos e os filhos. Ela disse que ninguém ficou sabendo da gravidez, nem o pai da criança, um homem com o qual não mantém relacionamento. “Ninguém sabia. Nem o pai da criança ficou sabendo que eu engravidei. Eu estava escondendo de todo mundo e por isto não fiz pré-natal e não fui ao médico, nem depois do parto”, contou.

A mãe da criança disse que acreditou que ela estivesse morta pelo fato dela ser muito pequena e não ter chorado ao nascer. Ela falou ainda que como ninguém sabia da gravidez, não teve coragem de pedir ajuda. “Meus pais não sabiam. Eu ainda não falei com meu pai ou meus irmãos. Minha mãe só ficou sabendo hoje antes de eu vir até a delegacia”, explicou.

Após a repercussão do caso na mídia, Larissa disse que pensou muitas vezes em se apresentar, mas tinha medo. Contudo, com o passar do tempo, ganhou coragem e resolveu procurar as autoridades e apresentar sua versão dos fatos.

A mãe diz ainda que não foi visitar a criança, que continua internada na Maternidade Escola Santa Mônica, mas que tem desejo de ficar com ele. Ela disse ainda que foi surpreendida pelo parto antes do tempo e que não pensou no nome que daria para a criança.

A assessoria da unidade de saúde informou que o bebê permanece na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal UTIN. Já foi extubado, mas ainda tem um pouco de dificuldade para respirar. Ele está sendo alimentado com leite materno doado e não tem previsão de alta.

A mãe deve ser indiciada pelos crimes de abandono de incapaz e tentativa de homicídio.

Déborah Moraes / Alagoas24Horas

Delegacia Especial Dos Crimes Contra A Criança E O Adolescente (DCCCA)

O Caso

O bebê prematuro extremo, com cerca de 28 semanas, foi resgatado no dia 4 de setembro, por catadores de lixo que o encontrara envolto em um saco de lixo, dentro de uma lixeira.

Inicialmente o bebê recebeu atendimento na UPA do Trapiche, de onde foi levado para a Maternidade Escola Santa Mônica. Ele nasceu pesando 1,150 kg e ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) da unidade, em estado grave.

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