Bolsonaro diz desconhecer qualquer hospital no Brasil que esteja lotado

Em conversa com pastores na tarde desta quinta-feira na porta do Palácio da Alvorada, transmitida ao vivo pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento adotadas por governadores e a minimizar o impacto do novo coronavírus no país. O isolamento social faz parte das recomedações de especialistas em saúde para conter a propagação da covid-19 e tentar evitar o colapso dos hospitais após aumento rápido do número de doentes. O presidente também afirmou desconhecer “qualquer hospital que esteja lotado” e disse que o coronavírus “não é isso tudo”.

— Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Muito pelo contrário. Um hospital no Rio de Janeiro, um tal de Gazolla, que tem 200 leitos, só tem 12 ocupados. Não é isso tudo que estão pintando. Até porque no Brasil a temperatura é diferente. Tem muita coisa diferente — declarou Bolsonaro, que saiu mais cedo do que o de costume do Palácio do Planalto, por volta das 15h30.

Uma estimativa do Ministério da Saúde, registrada em documento interno de 27 de março, mostra que 17 unidades da federação têm mais de 70% dos seus leitos ocupados.

Além disso, um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Harvard e do Brasil aponta que pode faltar leitos no país a partir de abril. O estudo é assinado por sete pesquisadores, entre eles o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

Bolsonaro também voltou a criticar governadores pelas medidas tomadas na contenção ao vírus, dizendo que precisa convencê-los “a não continuarem sendo radicais”. Referindo-se especificamente ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Bolsonaro disse que o tucano terá “que desfazer o que fez de excesso” e assumir a responsabilidade pelo que fez.

— Eles acabaram com o comércio. O Doria acabou com o comércio na estrada. Não pediu para mim, não vou conversou comigo, para fazer aquela loucura — disse o presidente, acrescentando: — E quer agora vir para cima de mim. Tem que se responsabilizar pelo que ele fez. Ele tem que ter uma fórmula agora de começar a desfazer o que ele fez de excesso há pouco tempo. Não vai cair no meu colo essa responsabilidade. Desde o começo, eu estou apanhando dele e mais alguns exatamente por falar isso.

Em mais reclamações contra atos de governadores contra a Covid-19, ele lembrou sua ida, no domingo passado, às ruas de Ceilândia e de Taguatinga, no Distrito Federal, e fez um desafio aos governantes estaduais.

— Duvido que um cara desses, um governador desses, um Doria da vida, um (Carlos) Moisés, vai no meio do povo. Não vai. Algumas outras autoridades que me criticam, vai lá conversar com o povo. A justificativa é “não vou porque posso pegar…”. Tá com medinho de pegar vírus? Tá de brincadeira — afirmou Bolsonaro.

Fonte: Extra Online

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