Sem poder abraçar, filhos cantam Roberto Carlos para comemorar 78 anos do pai

Emocionado, ele diz que não esperava a surpresa e que se sentiu muito querido — Foto: ReproduçãoEmocionado, ele diz que não esperava a surpresa e que se sentiu muito querido — Foto: Reprodução

Em época de pandemia, os aniversários acabaram ganhando outro formato, muitas vezes digital, já que o distanciamento social impede os abraços e o contato físico para comemorar uma nova idade. Mas, isso não impediu que os filhos de João Barbosa de Souza fizessem uma linda homenagem no último dia 31, quando ele comemorou seus 78 anos em Rio Branco.

Patriarca de uma família grande, ele não pôde neste ano receber o afeto pelo tato, mas presenciou uma carreata que finalizou com os filhos e netos cantando a conhecida música do Roberto Carlos, “Meu querido, meu velho, meu amigo”.

Para manter a segurança do idoso, os filhos ficaram do lado de fora do portão e mantiveram a todo momento a distância exigida pelos órgãos de Saúde. Do outro lado da rua, eles cantavam para o pai, que se emocionou bastante.

Os vizinhos também acompanharam o momento, cada um de suas casas. Uma das filhas, Lígia Carvalho contou que o pai tem sofrido com a ausência dos abraços e beijos, tanto dos netos como dos filhos e a ideia era tentar aplacar um pouco esse sentimento e mostrar como ele era amado.

O idoso é natural de Cruzeiro do Sul e há cerca de 12 anos está em Rio Branco fazendo tratamento contra o Parkinson. Então, devido à idade dele, os filhos têm mantido a distância.

“No Dia das Mães a gente fez isso também. Vimos a ideia na internet e achamos legal, porque, mesmo que dois irmãos morem com eles, ainda ficam muito tristes, porque a casa sempre ficou muito cheia com os filhos e netos. Então, tiramos esse dia para que fosse cheio de celebração”, conta.

Os netos e o filho que moram longe, puderam acompanhar tudo em tempo real por meio de uma live que a família fez. E foi pela tela do celular, que ele conseguiu matar um pouco da saudade de quem estava longe. Nas imagens, o idoso aparece bastante emocionado. A filha que aparece ao lado do idoso mora com ele e, por isso, está próxima.

“Meu pai é muito querido, tem um coração muito grande e sempre teve muitos amigos de Cruzeiro do Sul e esse foi um dia cheio de homenagens. Fizemos nossa carreata, demos a volta na quadra e paramos em frente à casa. Não entramos, tiramos foto de longe e meu pai é muito sensível e ele fica muito emocionado com essas mensagens.

A filha contou também que João tem permanecido firme no tratamento contra a doença.

“A gente não podia abraçar, mas podia deixar essa mensagem do nosso amor e respeito. Ele é um paizão, pode até parecer clichê, mas meu pai é um herói mesmo. Tem lutado bastante para se manter firme contra a doença. Não se lamenta e nem se lastima, é uma pessoa de muita fé e alegre”.

Do portão, a homenagem foi vista pelo idoso, que se emocionou  — Foto: ReproduçãoDo portão, a homenagem foi vista pelo idoso, que se emocionou — Foto: Reprodução

‘Meu querido, meu velho, meu amigo’

Roberto Carlos sempre foi trilha sonora da família quando o assunto é expressar o amor. Desta vez, os filhos se organizaram por um grupo de aplicativo de mensagem. A escolha da música é justamente uma declaração ao amor de pai.

E foi no trecho cantado pelos filho que diz: Sua vida cheia de histórias e essas rugas marcadas pelo tempo. Lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas ao vento. Sua voz macia me acalma e me diz muito mais do que eu digo. Me calando fundo na alma. Meu querido, meu velho, meu amigo”, que João não conteve as lágrimas.

Ele disse que não esperava a surpresa, mas que ficou muito emocionado com a homenagem. “Quando você nem espera uma homenagem assim é muito emocionante. É ser reconhecido. Fiquei muito alegre e o coração fica até mais forte, mas me emocionei e chorei muito”, revela.

Sobre ver as pessoas pela tela do celular, ele diz que a tecnologia ajuda, mas nada substitui o abraço e o contato físico. Diz ainda que espera que tudo passe logo para que ele possa novamente ficar perto da família.

“Hoje o alcance da tecnologia é muito grande, a gente sente a falta dos filhos que estão distantes, mas isso se resolve com os contatos que a gente faz, faz com que eles estejam presentes também. A gente suporta mais um pouco, mas parece que também aumenta a vontade de estar perto de cada um”, finaliza.

Fonte: G1

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