Mãe faz alerta sobre queimadura no olho do filho por álcool gel: “Imaginava que poderia arder, mas não fazer esse estrago”

‘Ele tremia de dor’, lembra a mãe do pequeno Bento, de 5 anos

A pandemia de coronavírus tornou usual um comportamento que, sem o cuidado adequado, pode causar repercussões graves. Um post feito esta semana por uma mãe que relatou uma queimadura na córnea do filho após contato com álcool gel viralizou e levantou o alerta sobre a necessidade de atenção com o uso do produto em crianças.

Bento tem 5 anos e na última sexta-feira, 17 de julho, foi higienizar as mãos com álcool gel 70%, como faz usualmente. A pressão na válvula do frasco, porém, fez com que o produto espirasse em seu olho. “Ele chorou muito. Corri lavar com água corrente, a princípio tratei como se fosse xampu ou sabonete, mas não melhorou. Ele continuava chorando e até tremia de dor, e me pediu que levasse ele ao médico”, conta a mãe Camila Mendes.

O médico identificou uma extensa queimadura na córnea de Bento. Ele precisou ser sedado para a retirada do resíduo e foi medicado. À Crescer, Camila ressalta que não sabia que o álcool poderia queimar a córnea de seu filho. “Imaginava que se caísse nos olhos poderia arder, mas não fazer esse estrago.”

Bento já está em recuperação, em casa, mas ainda não consegue abrir o olho ferido. Três dias depois do acidente, em 20 de julho, comemorou em casa o seu aniversário de 5 anos, e pareceu nem se importar com o tampão necessário para conseguir abrir o outro olho e cantar parabéns. “Ele está melhorando, e hoje [21 de julho] parece ter aprendido a abrir um olho só”, brinca a mãe. “Espero que a nossa história sirva de alerta para outros pais, para tomarem cuidado com o álcool”, completa.

Alerta aos pais

De acordo com a Dra. Patrícia Ferraz Mendes, oftalmologista do Hospital Infantil Sabará, há riscos no álcool em gel quando em contato com os olhos ou a boca – locais sem a proteção da pele. Nestes casos, é possível que haja queimaduras, como no caso de Bento, ou até uma intoxicação no caso de ingestão, a depender da quantidade.

“O álcool usado nessas formulações tem como maneira de matar os germes a agressão das proteínas e lipídios de suas membranas celulares. Ocorre que essas proteínas e lipídeos também compõem as nossas células. Na pele, a lesão não ocorre pois temos a queratina como barreira de proteção. Porém, na boca ou nos olhos a ação torna-se direta, causando lesões tipo queimaduras químicas.

Nos olhos, as queimaduras podem causar desde uma conjuntivite até lesões extensas e graves na córnea, como ocorreu com Bento.

Por conta disso, a recomendação é que o álcool gel seja usado apenas por crianças que já tenham compreensão de que não podem colocar as mãos na boca ou nos olhos. Ainda assim, o uso deve ser sempre supervisionado e orientado por um adulto.

Para as crianças, a melhor alternativa para a higiene das mãos é sempre a lavagem com água e sabão. O álcool gel deve ser usado apenas quando não é possível lavar as mãos.

Outra dica é nunca deixar frascos e vidros ao alcance das crianças para evitar manipulações indevidas e não supervisionadas.

E sempre importante lembrar: caso o produto caia nos olhos, lave com água corrente ou soro fisiológico e procure um oftalmologista para avaliar a extensão do quadro e o tratamento adequado.

Fonte: Crescer

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