A pandemia tem impedido o encontro de milhares de casais pelo mundo. Namorados, companheiros que moram em países diferentes e que, agora, se uniram em um movimento, na internet, para tentar reduzir as restrições de viagens.
A psicóloga Daise Vanessa mora na capital paulista e o Stefano, em Milão, na Itália. Depois de três anos de namoro e muitas viagens entre os dois países, eles têm planos para o futuro, que foram suspensos, temporariamente, pela pandemia.
“É difícil, porque a gente já estava pensando em começar todos os tramites para a gente se casar. Agora a gente não tem ideia de quando vai ser”, conta Daise.
Eles são os chamados casais binacionais: cada um de um país. Sem a união oficial, eles estão impedidos de se encontrar. “Hoje faz oito meses que a gente não se vê. E eu espero que a gente possa se ver o mais rápido possível, que a gente consiga se encontrar antes de 2021”, diz Daise.
Milhares de casais na mesma situação, mundo afora, se uniram em um movimento sem fronteiras, pela internet, criado durante a pandemia, que significa “amor não é turismo”. E afirma que os namorados precisam se encontrar.
“Alguns países já estão permitindo o reencontro de casais. É um grupo mundial. Mas a gente espera que os outros países também assinem, aprovem esse movimento para que os casais se encontrem novamente”, explica a publicitária Mariana Barros Rodrigues.
A Mariana é mineira e também faz parte do grupo. Ela conheceu o português Antônio há dois anos em uma viagem de férias à Europa. Ele já veio ao Brasil duas vezes. O casamento seria no fim de 2020. Mariana quer morar na cidade portuguesa de Braga, onde vive Antônio. “Que a gente vá com o cuidado, porque a pandemia é algo muito sério. E a gente sabe disso”, diz Mariana.
Os casais binacionais tentam se encontrar em um momento em que muitos países europeus estão registrando um aumento de casos novos de Covid e voltando a impor restrições rígidas de circulação. O jeito é esperar mesmo. Difícil é lidar com a saudade.
“Quero falar que eu amo ele, que estou com muita saudade, que é uma prova que a gente está passando”, conta Daise.
“Amor não é turismo. Então, abram as fronteiras, por favor, para a gente, que a gente precisa ver quem a gente ama”, pede Mariana.
O Brasil já abriu os aeroportos para pessoas de qualquer nacionalidade.