Mototaxista alagoano é morto durante abordagem policial no Rio de Janeiro

Familiares da vítima garantem que ele foi assassinado pelos policiais, na Zona Oeste do Rio.

Edvaldo Viana, de 41 anos, nasceu em Maceió, mas estava morando no Rio de Janeiro, onde trabalhava como mototaxista. Nesta terça-feira, 18, ele foi morto durante uma abordagem policial perto da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Um passageiro que estava na garupa da moto também morreu.

Testemunhas contam que Edvaldo fez uma “bandalha” (manobra ilegal) e foi abordado por policiais militares. Segundo os relatos, ele parou a moto, conforme solicitação da PM, mas mesmo assim os dois foram baleados. Um foi atingido no ombro e o outro no abdômen. Os dois foram levados para o Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, mas já chegaram mortos à unidade.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que os policiais militares arrastam o corpo de uma das vítimas em direção à viatura. Eles fecham a caçamba e, na saída, é possível ouvir mais disparos.

Como trabalhava na região, Edvaldo foi reconhecido pelos funcionários do lava-jato que fica em frente ao local dos tiros. Foram eles que avisaram a família sobre o ocorrido. Eles garantem que os policiais atiraram primeiro de dentro do carro e só depois saíram da viatura.

Mas a versão que apresentaram para o enteado do alagoano, Paulo Henrique dos Santos Duarte, foi diferente. Os PMs se referiram ao mototaxista como “ganso”, termo pejorativo utilizado para associar pessoas ao tráfico de drogas. “Chegamos lá, tinham algumas viaturas. Perguntamos, falaram: ‘Os dois gansos já morreram, já levaram já’. Aí eu falei: ‘Não é ganso, não, cara, só quero saber quem é, se é o meu padrasto, se não é’. Aí ele falou: ‘Se for os que estavam aí baleados, eles já foram há muito tempo, a gente só tá aqui pra impedir a aglomeração”, relatou em entrevista ao G1 do RJ.

Agora a Polícia está alegando que Edvaldo estava com um fuzil. A família garante que o mototaxista não tinha nenhuma arma de fogo e quer saber o que os policiais fizeram com os documentos de Edvaldo. “Uma outra coisa: eles não me deram um documento do meu marido. 

A família de Edvaldo, que mora em Maceió quer que ele seja enterrado aqui, mas ainda não sabe como serão os trâmites para transportar o corpo.

Corregedoria da PM

A Polícia Militar determinou que a Corregedoria da PM apure a ação. E disse que os policiais do 18° BPM (Jacarepaguá) foram ouvidos na Delegacia de Homicídios da Capital. Um fuzil da equipe foi recolhido para perícia.

A nota diz ainda que, depois que os dois homens foram baleados pelos policiais, moradores tentaram obstruir as vias em protesto. E que equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) atuaram junto às equipes do 18° BPM para estabilizar a região.

De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), as investigações estão em andamento. Os policiais militares prestaram depoimento e um fuzil foi apreendido e encaminhado para confronto balístico. Diligências seguem para apurar as circunstâncias do caso.

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