Douglas Souza detalha homofobia em aeroporto na Holanda

Reprodução/Instagram

Douglas Souza

Douglas Souza apareceu em suas redes sociais nesta quarta-feira (8) para dar detalhes da homofobia que sofreu ao lado de seu namorado, Gabriel, em um aeroporto em Amsterdã, na Holanda, quando estava pegando um voo para a Itália, onde irá morar.

“Não vou entrar em muitos detalhes porque não quero carregar essa energia, mas vou contar mais ou menos. Basicamente a gente estava eu e meu namorado, a gente pegou um voo de São Paulo para Amsterdã e lá tivemos que passra pelo controle de passaporte para ir para Roma. Até então estava tudo tranquilo, na hora que a gente foi passar no controle, o cara estava super de boa, perguntou para mim o que eu ia fazer na Itália, expliquei que eu era jogaro de vôlei, que tinha sido contratado por tal time. Aí ele perguntou quem era o Gabriel e eu expliquei. Quando falei que era meu namorado a fisionomia dele mudou na hora e o tratmento também. Ele perguntou o que o Gabriel ia fazer lá, eu mostrei no documento de união estável, disse que ele ia me acompanhar, trabalhar lá. Ele chamou um cara no telefone e disse que ele ia cuidar da gente. Levaram a gente para um outro lugar do lado da fila, onde tinha umas 20 pessoas, largaram a gente ali por umas 5 horas sem nenhum tipo de explicação. Chegava para ele para perguntar o que aconteceu, se a gente podia ajudar, passar o telefone do meu clube porque já tinha acontecido isso com outra pessoa conhecida. Ligaram para o clube e aí deu tudo certo, liberaram. Eu achei muito estranho. Depois de umas cinco, seis horas me chamaram em uma salinha e fizeram uma entrevista para perguntar o que eu ia fazer lá, até então achei normal, tranquilo. Mas aí bateram de novo na tecla de quem era o Gabriel e eu tentava explicar que era meu namorado e eles tinham muita dificuldade de entender. A gente tinha o documento da união estável… Não queriam de jeito nenhum deixar o Gabriel passar. Perguntaram se podiam ligar apar o meu clube, se eles sabiam que o Gabe ia morar comigo, se estava tudo bem com essa situação. Aí me liberou, me deixaram ali no canto por mais alguma horas. Eu comecei a perceber um padrão no tratamento deles porque fomos colocados ali com mais 20 pessoas, dessas, 18 eram pretas ou latinas. Uma das pessoas ali com a gente se revoltou muito com a situação porque uma moça passou na frente dele, ficou uns 15 minutos, uma loirinha de olho azul, começou a gritar por que estavam atendendo ela, se era porque ela é branca. Eu já tinha pensado nisso, mas achei que era coisa da minha cabeça. Chegamos lá tinha 20 pessoas na nossa frente, atenderam todo mundo, chegaram pessoas depois da gente, resolveram o problema de todo mundo e não resolvia o da gente. Eu perguntava quanto tempo a gente tinha que esperar, por que tinha que esperar, e não respondiam nada. A gente ficou literalmente o dia inteiro lá esperando. Quando deu 23h, que o aeroporto já estava fechado, não tinha mais voo para Roma aí liberaram a gente e mais esse moço que estava revoltado. A gente teve que dormir no aeroporto porque já tinhamos passado pela imigração, não tinha nem como ir para um hotel. Ficamos largado s no chão até 7h da manhã que era o próximo voo para Roma. Então foi o que eu senti. Foi uma situação muito estranha, muito difícil porque a gente se sente fragilizado nessa situação porque não pode fazer nada. Era contra a polícia, então se a gente falasse alguma coisa, se se exaltasse poderia ter dado problema pra gente. Se eu não tivesse vindo a trabalho, se fosse turismo, com certeza nem estaria aqui, teria voltado para casa. Até tentei pedir meu passaporte de volta, mas não quiseram devolver ali na hora. Passei 15h no aeroporto que era para ser 3 horas no máximo. Infelizmente foi o que aconteceu, eu não achei normal essa situação. É uma coisa que acontece em todas as partes do mundo… Eu vivi aquilo, eu sei p que vivi, sei o olhar, o jeito que trataram eu e meu namorado na frente de todo mundo e foi uma situação muito constrangedora.”

Fonte: Quem

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