Cearense cujo filho teve retinoblastoma relata a luta contra a doença

Virna Timbó recebeu o diagnóstico do câncer do filho em 2015, quando ele tinha três meses de vida. Hoje, com seis anos e morando no Canadá com os pais, o pequeno Lucas estuda e convive normalmente com a doença.

Lucas, hoje com 6 anos, conseguiu controlar o tumor que desenvolveu nos olhos. Hoje estuda o primeiro ano do ensino fundamental no Canadá. — Foto: Arquivo pessoal

A publicitária cearense Virna Timbó, de 37 anos, descobriu em 2015 que o filho, Lucas, com apenas 3 meses na época, tinha retinoblastoma, tipo raro de tumor nos olhos que também acometeu Lua, filha de Tiago Leifert e Daiana Garbin.

Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o retinoblastoma é um “tumor maligno originário das células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos”. A doença ocorre, geralmente, antes dos 5 anos de idade

Foi por meio da observação que Virna começou a notar uma alteração na visão do filho, problema que não tinha sido percebido durante o exame de olho feito na criança.

“Recebemos o diagnóstico em Fortaleza. Fomos a uma consulta com um oftalmologista, mesmo ele já tendo feito o exame do olhinho com um mês de vida. Mas eu via no olho dele algo diferente, como se o movimento fosse meio travado. Então a oftalmologista fez o fundo de olho no consultório e já atestou o caso, só pediu a ressonância e ultra-sonografia para confirmar”, relata.

De imediato, o diagnóstico causou um baque nos pais a ponto de, em um primeiro momento, pensarem em se recolher e blindar o filho.

“Quando a médica falou, de imediato, eu saí do consultório, porque não acreditei e não queria mais ouvir. Meu marido ficou falando com ela e depois ela me acalmou e me entendeu. Nos primeiros dias a gente tem uma vontade forte de reclusão, porque como mãe eu ficava procurando o que eu podia ter feito pro meu filho ter aquela doença. Mas, ao mesmo tempo, a gente vai se fortalecendo para procurar o tratamento” afirma.

Início do tratamento
A família precisou aguardar a criança completar quatro meses para iniciar o tratamento. Nesse intervalo, aconteceu a mudança para São Paulo, para então iniciar os procedimentos no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc).

“Ele começou o tratamento com 4 meses de vida e parou de receber procedimentos quando tinha quase dois anos. Porque, diferente da filha do Tiago, como o Lucas só tinha 4 meses, ele não poderia receber a quimioterapia infra-arterial nessa idade. Então ele começou o tratamento com a quimioterapia sistêmica”.

Entre os efeitos colaterais, o pequeno Lucas apresentou vômitos, falta de apetite e perdeu os cabelos. Mesmo após a quimioterapia, que aconteceu entre novembro de 2015 e março de 2016, o tumor voltou, mas hoje está controlado.

“Em julho o tumor no olho direito voltou e aí sim ele fez essa outra químio intra-arterial, que o Tiago cita no vídeo e só tem em São Paulo. Depois daí, ele passou ainda por processos de crioterapia e laser. Hoje ele é acompanhado a cada quatro meses. Porque é uma doença controlada, mas infelizmente não é tratada como curada”, explica.

Convivência
Morando há dois anos no Canadá com os pais, Lucas está cursando a 1ª série e não tem problemas para estudar nem conviver com os colegas de escola e da vizinhança.

“O local atingido pelo tumor fica com pontos cegos de visão Ela usa óculos, mas esses pontos cegos permanecem. Mas isso é mínimo no dia-a-dia dele, pois ele se adaptam muito bem. Para ele, a convivência com a condição é 100%. Não se sente diferente ou incapaz de fazer nada”, afirma a mãe.

Para a publicitária e o marido, lidar com a doença do filho como uma condição de vida se torna um motivo a mais para que ele se reconheça como alguém importante e que precisa fazer o acompanhamento de rotina sem nunca perder a alegria.

“Queria dizer pra todas as famílias que estão passando por essa experiência de vida que sigam firmes na esperança e na fé. Casais, sejam amparo um para o outro, tem dias que são mais desafiadores para cada um. Familiares e amigos, sintam-se instrumentos de luz, coragem, paciência e paz para os pais e crianças que estão numa batalha assim. Vivam cada estágio como momento de transformação e aprendizagem pra toda a vida de vocês! “, finaliza.
A cearense aproveitou para encorajar Tiago Leifert e Daiana Garbin durante o tratamento da filha deles. “Em breve a Lua será mais uma história de vitória e força para a vida de muita gente”.

Fonte: G1

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