Funcionária de creche diz que alguns pais ainda não foram buscar filhos

Funcionária de uma creche, Marissol Fernandes ao lado dos seus pertences que conseguiu salvar — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Onze crianças de uma creche na Chácara Flora, um dos bairros de Petrópolis (RJ) atingidos pelos deslizamentos de terra após forte temporal, precisaram ser retiradas do local através das grades, conta a educadora Marissol Fernandes, de 42 anos.

Ela relembra que viu o morro perto da creche, que fica na rua dos Ferroviários, começar a cair e a lama arrastar casas e tudo o mais que estivesse no caminho. Com a ajuda de vizinhos, as crianças – algumas bebês de colo – foram sendo socorridas uma a uma e, junto com as funcionárias das creches, abrigadas na casa de uma moradora.

“Estava começando a cair o morro e, de dentro da creche, eu vi onde o pessoal chama de ‘favelinha’, que é um espaço onde tinham várias casas, e vimos todas as casas caindo e a gente com um monte de criança na creche. A gente conseguiu, com a ajuda de alguns vizinhos, tirar as crianças pela grade para um campo que tem do lado da creche. Tinha criança de 3 meses e 20 dias”, conta Marissol.

A funcionária da creche diz que só não havia mais crianças ali na hora porque a maioria está ainda em fase de adaptação e, por isso, elas tinham saído mais cedo.

Pelo menos 24 horas depois da tragédia, que aconteceu na terça-feira (15), alguns pais ainda não tinham ido buscar os filhos. Segundo Marissol, a falta de internet dificulta a comunicação para ter uma atualização do que aconteceu depois.

“Até o que eu soube ontem [quarta], ainda tinha criança na casa da vizinha porque os pais não estavam conseguindo chegar. A gente não sabe nem se os pais estão vivos ou mortos. Não tive muita notícia porque está todo mundo sem internet”, afirma.

O número de mortos em Petrópolis após a tragédia chegou a 106. Até o momento, 134 registros de desaparecimento foram feitos.

Fonte: G1

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