“Ninguém sai de casa para matar nem causar acidente”, diz condutor de jet ski

O condutor da moto aquática Lucas Medeiros – que se envolveu em um grave acidente que resultou na morte de duas pessoas no último fim de semana – se apresentou no início da tarde desta segunda-feira, 27, na sede do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) em Marechal Deodoro.

Acompanhado do advogado Thiago Marques Luz, Medeiros – que é policial  militar em Pernambuco, mas reside em Alagoas – prestou depoimento à delegada Liana Franca, titular de Marechal Deodoro, e contou que, diferente do que é relatado pelos familiares das vítimas, ele prestou socorro aos feridos, deixando o local apenas para buscar atendimento médico em uma unidade de saúde.

“O acidente foi muito rápido. Foi uma fatalidade. Ninguém sai de casa para matar ninguém, nem causar acidente. Depois de trabalhar no carnaval, fui em casa, tomei um banho e fui tentar arejar a cabeça. Peguei o Jet Ski sozinho, e fui dá uma volta. Parei em um restaurante, consumi uma lata de refrigerante e um caldinho. Passou um tempo e chegaram dois amigos. Eu falei que estava cansado por causa dos plantões seguidos, então eu peguei o jet ski e fui em direção à marina para ir para casa. No meio do trajeto, estava em linha reta quando cheguei a colidir com esta embarcação que cruzou na minha frente. Não vou entrar no mérito de culpa em respeito as famílias e a minha intenção é apenas esclarecer (os fatos). Teve a colisão, eu cai do jet ski imediatamente, tive uma pancada no queixo e na cabeça que foram das ferramentas da embarcação. De imediato, levantei e fiz sinal para uma lancha que estava passando perto. Graças a Deus eles ajudaram porque jamais conseguiria retirar três pessoas da água sozinho. Conseguimos resgatar todos os feridos, inclusive eu que também estava ferido. Temos vídeos que comprovam que eu estava tentando ajudar, inclusive segurando as mãos de um dos feridos tentando colocá-lo em cima do jet ski. Devido ao peso, não foi possível e os feridos foram colocados na lancha. Depois de colocar os três na lancha, eu subi no jet ski e fui em direção ao hospital porque não sabia a gravidade do meu ferimento”, contou o condutor do jet ski em entrevista à imprensa na sede do Cisp.

Ainda em conversa com a imprensa, Medeiros negou que estava em alta velocidade. “Não sou perito para comprovar nada, mas se eu estivesse em alta velocidade o jet ski tinha acabado e eu estaria morto com certeza. Em nenhum momento eu estava em alta velocidade até porque estava sozinho. Eu não vi a embarcação antes. Foi um susto tanto para eles quanto para mim”, disse.

O piloto do Jet Ski afirmou ainda, conforme tinha sido adiantado pelo seu advogado à imprensa, que não ingeriu bebidas alcoólicas e se submeteu a um exame para atestar que não houve consumo de álcool. “Eu não ingeri bebida alcoólica nas últimas 48 horas. Fiz um exame de sangue em um laboratório particular para atestar que não fiz o consumo de bebidas alcoólicas. Apresentei à delegada a solicitação e posteriormente será apresentado o resultado. Estive na delegacia para esclarecer todos os fatos. Tentei ajudar e presto solidariedade as famílias das vítimas”,  informou ao Alagoas24Horas. 

A Marinha do Brasil já instaurou procedimento para investigar as circunstâncias e responsabilidades da colisão, ocorrido na Lagoa Mundaú. Lucas Medeiros informou que toda a documentação pessoal e do jet ski foram apresentadas à Marinha do Brasil e entregues também à delegada Liana Franca.

Ainda na entrevista, Lucas Medeiros informou que entrou em contato com um dos filhos do Joel Juvêncio, inclusive enviando os vídeos que comprovam que ele não deixou de prestar socorro aos feridos. “Eu estou disposto a ajudar. O que eu puder fazer para suprir um pouco o dano que foi causado vai ser feito”, relatou.

Relembre o caso

Na última sexta-feira (24), o empresário Joel Juvêncio Albino, dono do Bar do Joel na Ilha de Santa Rita, e mais dois funcionários, José Benedito dos Santos e José Cícero dos Santos, estavam pescando em um barco na Lagoa Mundaú quando a embarcação foi atingida por uma moto aquática. Com o impacto, os três ficaram desacordados e foram resgatados por uma embarcação que passava pelo local.

Eles foram levados ao Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra, por equipes do Corpo de Bombeiros e Samu. No entanto, durante o fim de semana, José Benedito e José Cícero não resistiram aos ferimentos e entraram em óbito. Já o empresário Joel Juvêncio apresentou melhora, saiu da UTI do HGE e foi transferido a um hospital particular no Centro de Maceió.

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