O volante do CRB, Auremir, de 31 anos, é um dos atletas citados em conversas entre apostadores investigados no esquema de manipulação de partidas de futebol alvo da operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO). A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 10, pelo portal O Globo.
Jogador Auremir, do CRB
Segundo a reportagem, os registros da investigação aos quais teve acesso, mostram conversas entre os investigados, Bruno Lopez de Moura, “BL”, apontado como o chefe do esquema pelo MP-GO e Thiago Chambó, “TH CH”, apontado como um dos principais financiadores do grupo, nas quais eles apontam “nomes certos”, pagamentos e ventilam os nomes de outros atletas que poderiam fazer parte do esquema fraudulento.
Auremir, que na época a qual remetem os registros jogava pelo Goiás, aparece junto com Maurício (Internacional), Matheusinho (Américo MG) e Sidcley (ex-Cuiabá, hoje no CSKA Sofia-BUL), em uma lista como nomes “confirmados (esperando pix e confirmar titularidade)” em conversa entre os apostadores. Em lista separada Vitor Mendes (Ex-Juventude, hoje no Fluminense) e Nino Paraíba (Ex-Ceará, hoje no Atlético MG) constam como “confirmados e pagos”. “Off total nos nomes ai rapaziada”, pede Bruno Lopez.
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Após repercussão do caso, o Alagoas24Horas entrou em contato com a assessoria de comunicação do CRB, mas foi informado que a diretoria ainda estava avaliando se iria se posicionar sobre a situação.
Já no final da tarde, o atleta usou suas redes sociais particulares para negar envolvimento no esquema.
“Tô passando aqui pra falar que nunca fiz parte de qualquer tipo de aposta, nunca participei de jogos de aposta, nenhum esquema de apostas, nem sequer fui abordado por qualquer tipo de apostador”, disse em vídeo.
O atleta contou também que foi surpreendido pelo envolvimento do nome dele na situação investigada. E citou a grande proporção que a internet dá aos fatos.
“Eu quis de antemão negar tudo e deixar tudo bem claro. Eu nunca tive qualquer tipo de envolvimento com apostas, nunca falei com nenhum apostador e nunca fui envolvido em qualquer esquema de aposta”, enfatizou.
Auremir é pernambucano e já vestiu a camisa de grandes clubes do futebol brasileiro, como Cuiabá, Ceará, Fortaleza, Náutico e Vasco. Ele chegou ao CRB em dezembro de 2022 após participar do elenco do Goiás que garantiu a permanência na Série A e a classificação para a Copa Sul-Americana, disputando 38 jogos.
Posteriormente, o CRB se manifestou através de nota oficial:
O Clube de Regatas Brasil acredita na inocência de todo atleta e cidadão em geral, até que se prove o contrário. Condenar um profissional por suposto envolvimento em esquemas de apostas esportivas, sem nenhuma prova concreta, seria uma injustiça e irresponsabilidade imensa para com o atleta, o que certamente causaria problemas judiciais, psicológicos e desportivos.
O CRB não irá compactuar com o cancelamento virtual e as condenações precipitadas feitas e ainda reafirma sua indignação com qualquer ato, caso comprovado, de envolvimento nesses crimes. A diretoria Regatiana não abre mão do respeito aos seus colaboradores e todas as medidas serão sempre aplicadas de forma ética e profissional, dentro da legalidade. Esperamos que o Ministério Público de Goiás, junto com a justiça e CBF, sejam rápidos para encerrar esse assunto tão danoso para nosso futebol.
Outros atletas citados
Além do volante regatiano, outros atletas também aparecem em listas diferentes.
Alef Manga, Diego Porfírio (ex-Coritiba, hoje no Guarani) e Bryan García (Athletico) são os jogadores citados pelos apostadores como “confirmados” como parte de uma aposta múltipla (casasa) realizada em setembro de 2022.
Já Max Alves (Colorado Rapids-EUA), Leonardo Realpe (Bragantino) e Rafael Vaz (ex-Avaí, hoje no São Bernardo) são nomes que estariam “mais ou menos certos”, segundo Bruno Lopez de Moura, e aparecem em uma lista dos apostadores para combinação de jogos num fim de semana de outubro de 2022.
Thonny Anderson (ex-Coritiba, hoje no ABC) e Jesus Trindade (Coritiba) aparecem em prints que constam no processo. Jesus Trindade consta como “fechado”. E, em mensagens seguintes, Thonny Anderson é mencionado como a pessoa supostamente responsável por cooptar o então companheiro de time. Trindade também aparece na planilha com valores que supostamente seriam pagos aos atletas.
Ainda segundo os arquivos revelados, Zeca (hoje no Vitória) quando ainda atuava pelo Hosuton Dynamo-EUA, foi abordado por um dos apostadores com uma oferta para receber um cartão amarelo. Ele responde que está fora da partida.
Em outra conversa, desta vez entre apostadores, o lateral é citado como um dos jogadores dos quais Bruno Lopez aguarda resposta. Assim como Matheus Vargas, ex-Fortaleza e hoje no Sport.
A reportagem enfatiza que os jogadores incluídos na lista não são necessariamente investigados, denunciados ou suspeitos no âmbito do esquema. Estas são apenas citações dos apostadores que deverão ser esclarecidas por investigações posteriores do próprio MP-GO e demais autoridades pertinentes.
