Lara Karoline de Almeida Justino
Portadora da Síndrome de Dravet, uma rara e forte forma de epilepsia, a adolescente de 15 anos, Lara Karoline de Almeida Justino, necessita fazer uso mensal do Cannabidiol, que é um medicamento à base de maconha e que não é comercializado no Brasil. A medicação está prestes a acabar e a família faz um apelo ao Poder Público para que a compra seja realizada em caráter de urgência.
Lara Karoline sofre de convulsões de difícil controle desde que nasceu e já fez uso de diversos tipos de medicamentos com o intuito de se manter estável. No entanto, após inúmeros tratamentos, os médicos que a acompanham receitaram o Cannabidiol.
A preocupação dos pais da garota e também dos médicos é o risco de morte súbita. E a aflição só aumenta quando os pais lembram que a medicação de que dispõem deve acabar em breve.
“Lara já tomou vários tipos de medicamento. Agora ela está tomando Cannabidiol, que é um medicamento a base da cannabis medicinal. Lara precisa do medicamento em dia para ter uma qualidade de vida. Desde maio de 2022, dei entrada com um processo judicial para que ela possa receber o medicamento. Desde então, nunca foi feita a compra do remédio. A história é que está em cotação. Já falei com várias pessoas. Inclusive, a Sesau me passou esta semana que o processo de Lara está parado, sequer passou pela cotação. Quero fazer um apelo para que a Sesau reveja a situação da minha filha, pois sem o medicamento ela pode ter morte súbita. Eu preciso do medicamento para ontem”, disse a mãe de Lara, Darcileide Almeida.
Darcileide Almeida ressaltou ainda que no próximo mês a adolescente será submetida a um procedimento em Recife (PE) e a falta do Cannabidiol está sendo um entrave para a viagem.
O Alagoas24Horas entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sesau que emitiu a seguinte nota. Confira na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
ESTADO TEM FORNECIDO REGULARMENTE MEDICAÇÃO PARA A PACIENTE L.K.A.J.A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que não procede a informação de que a paciente L.K.A.J. não dispõe do medicamento Nabix 10.000 para o seu tratamento. Salienta que, atendendo demanda Judicial abriu um processo para a realização de processo licitatório visando à compra do fármaco e, até a conclusão do certame, o medicamento está sendo fornecido por meio de bloqueios judiciais. Ressalta que o primeiro bloqueio ocorreu no dia 11 de agosto de 2022, no valor de R$22.400,00, para compra de 10 frascos da medicação, que foram utilizados durante quatro meses, ou seja, agosto, setembro, outubro e novembro.
Informa que, posteriormente, a paciente L.K.A.J. necessitou de substituição da medicação solicitada inicialmente, passando a fazer uso do Canabidiol sem THC, (chamado de Prati Donaduzzi), resultando em um novo bloqueio judicial, em 06 de dezembro de 2022, no valor de R$ 21.710,70, suficiente para compra de 10 frascos, de modo que a paciente esteve coberta nos meses de dezembro do ano passado, janeiro e fevereiro e março deste ano.
Por fim, no dia 24 de abril deste ano, um terceiro bloqueio judicial foi realizado, no valor de R$ 41.279,94, suficiente para compra de 18 frascos de Canbidiol Sol oral 200mg/ml- 30ml, conforme orçamento apresentado pela própria mãe da paciente. Quantitativo que, conforme a prescrição médica, constante no processo judicial, é suficiente para ser utilizado durante o período de seis meses, o que deve ocorrer até o início do segundo semestre, contando a partir de março deste ano, quando foi utilizado o quantitativo do segundo bloqueio judicial.
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