Em meio a uma enxurrada de contratações de jogadores renomados nas últimas semanas, a Arábia Saudita começa também a ameaçar clubes do futebol brasileiro. Um dos alvos é Róger Guedes, camisa 10 e destaque do Corinthians na atual temporada, com 20 gols em 38 partidas.
No Timão desde meados de 2021, quando largou o Shandong, da China, para retornar ao Brasil, o atacante tem contrato até agosto de 2025, o que teoricamente protege o Timão de qualquer oferta que chegue pelo jogador. Mas isso não significa que a chance de sair seja irreal, até por um acordo de palavras entre as partes.
Dias após anunciar a contratação do atacante, em agosto de 2021, o presidente Duílio Monteiro Alves disse ao SporTV que o Corinthians estaria disposto a uma “conversa diferente” com Róger Guedes no futuro, caso a possibilidade de uma transferência vantajosa chegasse ao jogador.
A diferenciação de Guedes para os demais jogadores tem motivo: ele abriu mão de um contrato dos mais lucrativos na China, com 6 milhões de euros (R$ 32,4 milhões na cotação atual) ainda a receber, quando aceitou voltar ao Brasil e assinar com o Corinthians. Dessa forma, no entendimento do clube paulista, o atacante teria a opção de uma saída facilitada para recuperar o que deixou de ganhar no passado.
“Sempre em nome da transparência, daqui a um ano e meio, se for da vontade dele e bom para o Corinthians, pode sair. Ele abriu mão de muita coisa. Se for para recuperar, Corinthians vai estar disposto a conversar diferente de qualquer outro atleta”, afirmou o presidente.
“O Corinthians fez um investimento não muito alto, mas também pelos direitos econômicos, pela idade e propostas altas de compra dos seus direitos, ele abriu mão não só de 6 milhões na China, mas também de propostas mais altas de salário e aquisição de direitos de outros clubes. É a hora que o jogador ganha dinheiro. Os valores eram grandes”, admitiu Duílio, na mesma entrevista.
Para contratar Guedes, o Corinthians topou custear R$ 16,4 milhões na negociação, em valores apresentados no balanço de 2021 e que passou por aprovação do Conselho Deliberativo. Tais valores não foram repassados diretamente ao Shandong, mas sim ao atacante, em forma de pagamento de luvas ou bonificações previstas em contrato.
Guedes assinou por quatro anos com o Timão, que detém 40% dos direitos econômicos – os outros 60% são do atacante. É o mesmo que dizer que, se aparecer uma proposta de 10 milhões de euros (R$ 54 milhões), Róger ficaria com 6 milhões de euros (R$ 32 milhões) e, portanto, teria a palavra final por ser dono da maior parte da “pizza”.
Se depender do Timão, claro, a intenção é não vender ninguém, desde o atacante até Fausto Vera, volante argentino que tem sondagens da Europa.
“Róger Guedes sempre teve procura (de times do exterior), vem fazendo um excelente ano, o melhor aqui no Corinthians, se tornou o artilheiro da Neo Química Arena ao lado do Jô. Normal que tenha essa procura, mas o Corinthians não tem intenção de vender. Não dá para especular sem chegar (proposta). Vamos seguir assim sem essa preocupação porque ela não existe. Tem muitas para pensar”, disse Duílio, após o sorteio da Copa do Brasil na segunda-feira (17).
