Indiciados 11 suspeitos de aplicar golpe do falso investimento e lesar em R$ 1 bi mais de 20 mil vítimas

Crime cometido em falsos grupos de investimentos em aplicativos gerou prisões nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Polícia já prendeu nove suspeitos de comandar o golpe; homens ostentavam com carros de luxo nas redes sociais — Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil indiciou por estelionato, crime contra a economia popular e associação criminosa 11 pessoas que estão presas preventivamente por envolvimento com um falso grupo de investimentos que lesou mais de 20 mil pessoas no Brasil e causou um prejuízo de R$ 1 bilhão (saiba mais abaixo). As prisões ocorreram no começo deste mês no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em São Paulo.

Além desses crimes, dois dos indiciados ainda devem responder por falsidade ideológica, pois estariam tentando se passar por vítimas para enganar investigadores da Polícia Civil. É um casal residente em Santo Antônio das Missões, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Agora, o inquérito policial foi remetido ao Ministério Público (MP), órgão responsável por avaliar o documento e, concordando com a conclusão da Polícia Civil, oferecer denúncia à Justiça. Caso a Justiça aceite a denúncia, o grupo se torna réu e começa a ser julgado pelos crimes dos quais é acusado.

A investigação

De acordo com Heleno dos Santos, responsável pela investigação, o golpe aplicado em falsos grupos de investimentos em aplicativos de troca de mensagem (abaixo, entenda o golpe) é “um esquema gigantesco que atinge o Brasil inteiro”.

A polícia calcula que há mais de 20 mil pessoas em todo o país que depositaram dinheiro na conta dos golpistas. Ao cair no golpe, as vítimas achavam que estavam investindo no mercado de ações com a promessa de ganhos altos.

Diversas contas em paraísos fiscais foram identificadas pela polícia, com valores que ultrapassam R$ 1 bilhão.

“Em um pequena célula do golpe no RS, identificamos 28 grupos, cada um com 1 mil pessoas ou mais. Soma outros estados, e o número vai subindo”, diz o delegado.

As polícias de Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins já investigam ramificações do golpe nesses estados, aponta o delegado.

Entenda o golpe

Segundo o delegado Santos, vítimas dos estelionatários procuraram a Polícia Civil reclamando de uma empresa que prometia investimentos no mercado de ações com a promessa de ganhos altos.

“As vítimas foram atraídas a integrarem grupos virtuais de ‘investimentos financeiros’ muito lucrativos, geridos a partir de uma duvidosa plataforma digital de investimentos online denominada ‘gênesis.net’, nome ‘copiado’, em parte, de uma empresa do ramo financeiro denominada ‘Gênesis Investimentos’, que não tem relação nenhuma com a investigação, sendo uma empresa regular no ramo de investimentos”, explica o delegado Santos.

A vítima do golpe era incentivada a instalar o aplicativo “genesis.net” no seu telefone celular, cadastrando, em seguida, os seus dados pessoais.

Depois, a pessoa recebia um link para entrar em grupos de WhatsApp. Lá era orientada sobre como investir e era pressionada a fazer aplicações rapidamente, assim que os falsos consultores diziam ter recebido “informações privilegiadas” de momentos ideais, e geralmente curtos, para “investimentos altamente rentáveis”.

O dinheiro que seria destinado para investimentos caía em contas de criminosos, principalmente no exterior. Os bandidos faziam com que as transações parecessem ser feitas por meio de sites e aplicativos seguros. Há suspeita de que eles criaram pelo menos três empresas de fachada para o desvio do dinheiro obtido das vítimas.

Os suspeitos de envolvimento nos golpes foram identificados após ostentarem seus ganhos em perfis de redes sociais. Era por meio delas que eles convenciam outras pessoas a “investir” no esquema fraudulento.

“Muitas vezes os golpistas ainda alugaram luxuosas salas comerciais e de reuniões, simulando reuniões de trabalho, de modo a conferir maior credibilidade ao golpe”, conta o delegado Silva.

Fonte: G1 RS

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