Menino de nove anos perde testículo após levar chute nas partes íntimas em escola

Caso foi registrado em escola de Araguaína — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Um menino de nove anos perdeu um dos testículos após levar um chute nas partes íntimas dentro de uma escola em Araguaína, no norte do Tocantins. O caso foi registrado na semana passada. Ele continua internado e corre risco de perder o outro testículo.

A família registrou boletim de ocorrência e pediu acesso às câmeras de monitoramento da unidade. O menino levou dois chutes de um colega, um na barriga e outro na região da virilha.

“A gente deixou ele aqui no colégio e após ele retornar para casa ele relatou que estava sentindo dor. A gente perguntou que dor era essa e ele disse que estava brincando com uma amiga e veio o coleguinha e me chutou”, disse a tia do menino, Edna Bezerra.

Em nota, a Prefeitura de Araguaína afirmou que a Secretaria da Educação e a direção da escola só tomaram conhecimento em detalhes do ocorrido na manhã desta segunda-feira (11) e entrou em contato com o pai da criança para se colocar à disposição a todos os esclarecimentos para prestar apoio.

O fato aconteceu na segunda-feira, no dia 4 de agosto, na Escola Municipal Dr. Simão Lutz Kossobutzki. O menino foi levado à Unidade de Pronto Atendimento na quarta-feira seguinte após continuar reclamando de dores nas partes íntimas.

Depois ele foi transferido para o hospital municipal onde passou por cirurgia e permanece internado. “Está muito difícil para nós passar por tudo isso. Aconteceu para nosso sobrinho, a gente vai correr atrás para não acontecer com outros”, disse a tia Queila Bezerra da Silva.

O médico urologista Adelmo Aires Negreiro explica que a retirada de um dos testículos pode comprometer o desenvolvimento da criança. “Essa produção de testosterona e também da fertilidade dos espermatozoides começa a ocorrer nos homens no início da puberdade, em torno dos nove aos 13 anos. Então, se o homem tem alguma alteração testicular ou a perda de um dos testículos nessa fase ou antes dessa fase pode ocorrer o atraso da puberdade ou até mesmo uma deficiência hormonal”, disse

A família agora cobra respostas. “Como é que uma criança recebe um chute, fica chorando o tempo todo e ninguém viu nada? Cadê os professores? Cadê os coordenadores?”, disse Edna Bezerra.

g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre a investigação do caso, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

O que diz a Prefeitura de Araguaína

 

A Prefeitura de Araguaína informa que a Secretaria da Educação e a direção da Escola Municipal Simão Lutz, no Bairro São João, tomaram conhecimento em detalhes do ocorrido na manhã desta segunda-feira, 11, e que, de imediato, entrou em contato com o pai da criança para se colocar à disposição para todos os esclarecimentos necessários e qualquer outro apoio que a família precise.

Conforme as informações levantadas pela direção da escola junto às professoras, coordenação e outros alunos que presenciaram o acidente, o fato aconteceu na última quarta-feira, 6. Em um momento de brincadeira entre os alunos, durante o intervalo, um aluno foi lesionado nas partes íntimas por um colega. A equipe gestora da escola não foi comunicada sobre a situação no dia do acidente.

Na manhã desta segunda-feira, 11, a direção entrou em contato com o pai, que foi até a escola conversar com a diretora, coordenadora e professoras responsáveis pelo aluno. A equipe da escola reforçou ao pai que a criança não relatou sobre o acidente, por isso não foi possível dar a assistência necessária logo após o acidente.

A escola e a Secretaria Municipal agem de forma imediata quando tem ciência de fatos como esse, conforme preconiza o regimento da unidade de ensino.

Mesmo assim, a prefeitura reforça que a secretaria e direção da escola já se colocaram à disposição da família do aluno para dar todo o suporte necessário ao caso e apurar as circunstâncias do ocorrido. Ressalta ainda que, mesmo que a lesão ao aluno tenha acontecido diante de uma brincadeira, a direção sempre trabalha junto aos alunos o combate ao bullying, à violência e o respeito entre os colegas.

Fonte: g1

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