Perícia aponta que empresas contribuíram para ruptura do solo em Rio Novo

As perícias sobre os danos estruturais que atingiram residenciais no bairro de Rio Novo apontam que diversos fatores praticados coletivamente contribuíram para o problema.

Uma reunião promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Defensoria Pública da União (DPU) com a Construtora Uchôa, a Caixa Econômica Federal, a BRK Ambiental, a Defesa Civil do Município e a Procuradoria Municipal foi realizada a fim de apresentar as conclusões das perícias e com o intuito de encontrar uma solução extrajudicial que garanta a realização de medidas imediatas.

O documento relata que vários fatores, sem a observância do projeto inicialmente aprovado pela Caixa e pelo Município e a abertura de buracos para consertos de vazamentos que contribuíram para o encharcamento do solo, entre outros inúmeros itens apontados, acarretaram os danos estruturais.

Leia Também:

Situação do bairro Rio Novo é tema de nova reunião no Ministério Público

Para solucionar o problema, o MPF pede a reconstrução da via de acesso ao residencial, assim como a recuperação do talude, que é o terreno inclinado que limita um aterro e tem como função garantir a estabilidade deste aterro.  Além da retirada dos escombros e entulhos derivados da primeira linha de imóveis que foram evacuados também é considerada medida necessária e imediata que precisa ser feita, apesar do terreno não suportar o peso de máquinas e equipamentos de grande porte.

Além das medidas imediatas, MPF e DPU buscam um canal de diálogo com as demandadas, a fim de que sejam debatidas a possibilidade de indenizações aos moradores atingidos – evacuados ou que ainda residem no local.

As empresas pediram um prazo para responderem sobre se cumprirão as medidas emergenciais apontadas nas perícias realizadas, inclusive pelo setor técnico do MPF, e se há possibilidade de discussão extrajudicial sobre pagamento de indenizações.

Entenda o caso

Entre maio e julho de 2022, surgiram diversas rachaduras, afundamento de solo e desmoronamento de vias e prédios que resultaram na evacuação parcial do Residencial Vale do Amazonas e no  isolamento dos Residenciais Parnaíba e Amazonas, devido aos danos causados à pista de acesso.

Em razão da atuação conjunta do MPF, DPU e Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), a Construtora Uchôa e a BRK Ambiental custearam uma perícia, mediada pela Caixa Econômica Federal, cuja conclusão foi comparada às constatações realizadas pela perícia do MPF.

A atuação das instituições tem sido fundamental para lidar com essa situação delicada e complexa, desde o aparecimento dos primeiros danos estruturais. A procuradora da República Niedja Kaspary representa o MPF nesse esforço, enquanto o promotor de Justiça Max Martins atua em nome do MPAL e a DPU é representada pelo defensor regional dos Direitos Humanos, Diego Alves.

A busca por soluções efetivas para os problemas estruturais nos conjuntos residenciais do bairro Rio Novo é uma prioridade das instituições envolvidas, e a população afetada pode contar com o compromisso dessas entidades em garantir seus direitos e segurança.

Procedimento Administrativo nº 1.11.000.000940/2022-83

Ministério Público convoca audiência e discute soluções para residenciais no Rio Novo

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos