Suspeito de decapitações confessa sexto homicídio, diz polícia de Mogi

Divulgação/Polícia CivilHomem tinha feito machadinha no próprio corpo, segundo a polícia

Homem tinha feito machadinha no próprio corpo, segundo a polícia

O homem preso por suspeita de golpear vítimas com uma machadinha e depois decapitá-las confessou mais uma morte em Mogi das Cruzes, segundo a polícia, nesta quarta-feira (3). De acordo com o delegado Marcos Batalha, o ajudante geral decapitou uma mulher em um local conhecido como "Favela do Gica", no distrito de Brás Cubas no sábado (29).

A Polícia Militar prendeu o ajudante geral depois que três pessoas foram encontradas decapitadas em Mogi das Cruzes na manhã desta quarta. Há ainda outra mulher que foi decapitada em Poá na noite de terça. Na segunda-feira, dois moradores de rua foram atacados também em Mogi. Um morreu e outro está internado no Hospital Luzia de Pinho Melo. "São sete vítimas, seis morreram. O primeiro caso foi no sábado. Vamos trabalhar para ver se não há outras vítimas", disse.

Ainda de acordo com as informações passadas pelo delegado nesta quarta, o homem tem sinais no corpo relacionados aos crimes. "Logo que ele foi preso, em sua residência, ele apresentava dois sinais feitos por ele próprio no corpo: o desenho de um machado no braço, próximo ao ombro, e um na perna feito com uso de uma agulha, com o número 36". Segundo Batalha, o homem disse que tinha o compromisso de matar 36 pessoas. "Ele disse que tirou as ideias de vídeos de decapitações do Talibã", acrescentou.

O delegado afirmou que o homem estava consciente em todos os crimes. "Ele disse que se não tivesse sido preso continuaria matando. Ele achou que todas as vítimas eram moradores de rua e disse que eles não pagam impostos, vivem às custas dos outros e que não acha isso certo."

Vítimas

Durante a tarde, a Polícia Civil divulgou uma lista com os nomes das vítimas. De acordo com o levantamento feito pela polícia até agora, a primeira vítima foi identificada como Flávia Aparecida de Paula Honório. Ela foi decapitada em um local conhecido como "Favela do Gica", no distrito de Brás Cubas, no sábado. Na segunda-feira (1º), o suspeito esfaqueou e queimou um morador de rua, que não foi identificado, na Avenida Francisco Rodrigues Filho, no bairro do Mogilar, e deixou outro gravemente ferido.

Na noite de terça-feira (2), a vítima foi Kelly Caldeira da Silva que foi decapitada em Poá. Nesta quarta-feira, ele atacou três pessoas em diferentes pontos de Mogi das Cruzes. Uma das vítimas foi o morador de rua identificado pela polícia como Carlos César de Araújo que estava na Avenida Francisco Rodrigues Filho. Outra foi Maria do Rosário Coentro, encontrada na Avenida Antonio de Almeida, no Rodeio. A terceira, Maria Aparecida do Nascimento, foi atacada na Avenida Francisco Rodrigues Filho, na Vila Suíssa.

Prisão

Os policiais militares chegaram ao suspeito, de 23 anos, depois da ligação de uma testemunha. "Recebemos a informação da sequência de crimes e uma testemunha viu as características do veículo e denunciou pelo 190. Com a placa chegamos ao endereço do proprietário do veículo e possível autor dos crimes. Havia marcas de sangue no veículo", explicou a tenente Christiane Rocha Chenk em entrevista ao G1. "No começo ele tentou resistir à prisão, mas depois também encontramos roupas com marcas de sangue e ele confessou os crimes e disse que era para evitar um mal maior. Estamos verificando se houve ajuda de outras pessoas", detalhou.

A testemunha que viu um dos crimes deu entrevista ao G1, mas por medo preferiu não se identificar. "Estava indo trabalhar, quando cheguei perto vi os braços se agitando, achei que ele estava mexendo em um dos carros estacionados. Ele estava atrás de um caminhao, acho que para as câmeras não pegarem. Quando cheguei perto vi ele terminando de arrancar a cabeça dela. Fui pra cima dele. Ele disse para eu sair fora e me mostrou a machadinha. Fui para trás ele entrou no carro verde e saiu. Corri para anotar a placa."

Os crimes

Uma mulher de 38 anos, que seria usuária de drogas, foi decapitada no sábado, no distrito de Brás Cubas, por volta das 15h15. Duas pessoas que estavam com ela conseguiram fugir.

Dois moradores de rua foram esfaqueados e queimados na marquise de um supermercado na noite de segunda-feira, também em Mogi. Um deles sobreviveu e foi levado em estado grave ao Hospital Luzia de Pinho Melo, onde continua internado. Em Poá, uma mulher foi decapitada perto da linha do trem na noite de terça.

"Anteontem ele esfaqueou e ateou fogo nos dois moradores de rua. Achou que os dois tinham morrido porque deu vários golpes. Ele confessou que ontem foi até Poá e viu uma mulher usando crack perto da linha do trem. Ela começou a correr, mas ele conseguiu alcançá-la e usou a machadinha antes de decapitá-la. Então, voltou para a casa e dormiu", disse o delegado.

Batalha acrescentou que ao acordar nesta quarta o ajudante geral continuou os crimes. "Ele acordou hoje cedo e voltou ao supermercado onde os moradores de rua costumam ficar. Não tinha ninguém. Então ele foi para outro estabelecimento, onde havia vários moradores de rua. Todos começaram a correr. Um não levantou. Ele o atingiu com o machado e depois decapitou. De lá foi para o Rodeio. Achou que uma mulher era moradora de rua e de novo bateu com a machadinha. A vítima ficou desacordada e foi decapitada. Com a outra vítima, em César de Sousa, aconteceu o mesmo", concluiu Batalha.

Fonte: G1

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