Mãe coloca casa à venda para realizar cirurgia da filha

Raimundo Mascarenhas / Site Calila NoticiasMãe colocou casa à venda para pagar cirurgia de coluna da filha

Mãe colocou casa à venda para pagar cirurgia de coluna da filha

Uma moradora da cidade de Conceição do Coité, localizada a cerca de 210 quilômetros de Salvador, colocou a casa à venda para tentar realizar o tratamento da filha de 12 anos, que sofre de escoliose – um encurvamento anormal da coluna vertebral. Rita de Cássia Ferreira conta que a adolescente Rebeca Larissa da Silva começou a apresentar o problema no ano passado e, com isso, ela decidiu se desfazer da residência para pagar parte da cirurgia da jovem, que custa em torno de R$ 150 mil.

"Os médicos disseram que o problema dela é bem grave e que só a cirurgia pode resolver. Mas mesmo se a gente vender a casa, ainda não vamos conseguir todo o dinheiro para pagar o procedimento. A casa custa em torno de R$ 100 mil", afirmou ao G1 a dona de casa, que mora com Rebeca, o esposo e a outra filha de sete anos.

Rita afirma ter descoberto o problema da garota em junho de 2013, quando uma colega percebeu algo de errado na postura da menina. "A vizinha percebeu que a coluna dela estava torta e foi aí que descobrimos. Fomos até o médico, em Feira de Santana, e ele confirmou que ela estava com escoliose", diz.

Enquanto não consegue realizar a cirurgia, Rebeca tem que usar um colete para evitar que a curvatura da coluna aumente ainda mais. "O médico falou que o problema está envoluindo demais e que, se não tratar, a coluna pode entortar mais e ela pode até ficar na cadeira de rodas. No exame de ressonância que ela fez, em novembro do ano passado, ela estava com curvatura de 40 graus. Agora, a coluna já tá com 78 graus", conta.

Ainda de acordo com a mãe, por conta do problema na coluna, Rebeca sente dores e, às vezes, nem consegue dormir. "Ela também sente falta de ar, porque o colete aperta muito. Mas é uma menina que não se abate com nada. Ela brinca de forma normal, como as outras crianças, mas sente dor nas costas e nas pernas quando corre", afirma Rita.

A mãe da jovem afirma que esteve em Salvador, na quinta-feira (4), para que a filha pudesse fazer um exame em um hospital da cidade. "Estive no Hospital Santa Isabel e o médico disse que eu poderia pedir ao Ministério Público a liberação da cirurgia, mas isso deve demorar. Além disso, pelo SUS eu teria que esperar mais de um ano pelo procedimento", afirma.

Odair, pai de Rebeca, diz que a família pretende morar de aluguel caso a casa seja mesmo vendida. "Eu trabalho com sisal e nós não temos condições de comprar uma casa nova, caso a gente venda essa", disse. A mãe da jovem não perde a confiança: "Confio em Deus que alguém vai me ajudar. É melhor vender a casa do que vê ela usando cadeira de rodas", afirma.

O G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, que afirmou através da assessoria que não tem como fazer uma previsão de quanto termpo a menina teria que esperar para conseguir a cirurgia pelo SUS.

Doença
A escoliose pode ser resultado de fatores genéticos ou de má postura e é comum na fase da pré-adolescência, como explica o ortopedista Fábio Costa. "Nessa fase, o esqueleto do corpo humano ainda está se formando e, algumas crianças, podem apresentar alguma deformidade por predisposição ou não. No caso da escoliose, por exemplo, a coluna fica em formato de um ‘S’, ao invés de ficar reta", explica.

Em muitas pessoas a escoliose pode ser decorrente de uma alteração do crescimento dos membros inferiores – quando uma perna fica maior que a outra – ou pelo desenvolvimento da própria coluna. O especialista afirma que, quanto mais cedo o problema for detectado, mais fácil impedir que o encurvamento aumente.

"Temos, então, causas genéticas e adquiridas que levam a essa deformidade, que pode aumentar ou estagnar com o tempo. O problema também pode ser corrigido, em alguns casos, com uso de coletes, com fiosioterapia e RPG [Reeducação Postural Global]", destaca.

Ainda segundo Costa, a cirurgia, que segundo ele pode variar de R$ 20 mil a R$ 150 mil, a depender da gravidade do caso, só é recomenda em casos graves e após a maturidade esquelética. "No caso da cirurgia, o recomendado é esperar primeiro a formação do esqueleto, após os 15 ou 16 anos. Antes disso, é aconselhável esperar o desenvolvimento da criança e optar pelos outros métodos que nao seja a cirurgia".

Fonte: G1

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