Preço baixo do feijão faz produtores estocarem a safra

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Os produtores de feijão estão estocando a produção como podem a espera de uma melhora nos preços na Bahia. O valor da saca caiu pela metade em relação a 2013. Em Euclides da Cunha, no nordeste do estado, a colheita já está na fase final. É uma das melhores safras dos últimos anos.

A área plantada aumentou de 30 mil para 40 mil hectares e a região deve colher um milhão de sacas de feijão de sequeiro, em uma área do Nordeste onde só choveu cerca de 400 milímetros nos meses do plantio, entre maio e junho. “Foi a quantidade ideal para a produção de feijão. Essa produção trouxe como resultado uma das maiores safras que tivemos até hoje, justamente pela chuva ter caído na hora certa e no lugar certo”, diz o agrônomo Rogério Abreu.

Os agricultores atingiram uma produtividade média de 18 a 20 sacas por hectare. São mais de cinco variedades do grão, mas a maior parte é feijão carioca, com bom grau de pureza e classificado pelos especialistas com pontuação que varia de 7 a 9, numa escala de dez.

O problema é que, apesar da qualidade do feijão, e dos bons resultados em campo, os produtores estão enfrentando um entrave na hora da comercialização: é o preço da saca. Hoje a saca do feijão carioca, com 60 quilos, está custando na região entre R$ 50 e R$ 65. No ano passado, nesta época do ano, saia por R$ 120 – uma queda de 50%. O preço baixo traz prejuízo para os agricultores.

A maioria dos seis mil agricultores da região está segurando o quanto pode a produção. Os depósitos particulares também estão cheios. Na fazenda de João Santos de Jesus, os 300 hectares plantados geraram oito mil sacas de feijão e tudo ainda está guardado. “Foi um ano complicado, é um ano pra tentar salvar o que botou.”

Quem não tem como pagar armazém, deixa o feijão na varanda da propriedade. “Esperando um precinho a mais. Esse preço que tão [oferecendo] não dá. Fica guardado até chegar o preço”, comenta a agricultora Maria Nélia Assunção.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) liberou R$ 750 mil para compra de feijão na Bahia. Cada produtor vai poder vender, no máximo, cem sacas pelo preço mínimo, que é de R$ 95.

Fonte: G1

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