Confirmado o primeiro caso de chikungunya em Minas Gerais

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou o primeiro caso de febre chikungunya dentro do território mineiro. A paciente é uma mulher, de 48 anos, moradora da cidade de Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Os sintomas começaram a se manifestar no dia 27 de agosto, e o caso foi confirmado mais de um mês depois. Na última sexta (10), uma equipe da SES esteve na casa da paciente que estava com dores nas articulações. Segundo o órgão, ela não viajou para regiões endêmicas. Portanto, é provável que a mulher tenha contraído a doença em Matozinhos. A febre chikungunya foi confirmada por exames feitos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Segundo a coordenadora Programa Estadual de Controle da Dengue, Geane Andrade, medidas foram tomadas para conter o avanço do vírus na cidade. "Primeiro lugar, foi feita a investigação epidemiológica do caso para caracterizar o risco e planejar as ações. As ações, então, são o envio de força tarefa ao município de Matozinhos e também as ações de controle vetorial, como carro de UBV [fumacê], para que seja minimizando o risco de transmissão para a população", destacou.

De acordo com a SES, há uma possibilidade que o vírus tenha chegado a Matozinhos durante um evento, que contou com a participação de pessoas de diversos estados, inclusive da Bahia, onde há casos confirmados.

A secretaria ainda investiga cinco casos suspeitos nas cidades de Montes Claros, Contagem, Belo Horizonte, Viçosa e Coronel Fabriciano. Segundo Geane, estes municípios também já estão recebendo atenção especial. “Através das Superintendências Regionais de Saúde, os técnicos do estado fizeram as mesmas atividades que fizeram em Matozinhos nestes outros municípios”, diz.

Segundo a coordenadora do programa, um dos vetores da chicungunya é o mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A doença também pode ser transmitida pelo Aedes albopictus, mais comum em áreas rurais. Geane ainda ressalta que os sintomas são, inicialmente parecidos, mas, no caso de contaminação por chicungunya, há maior intensidade de dor.

Devido à semelhança entre as doenças, as campanhas publicitárias que visam ao combate à dengue também vão buscar a prevenção da chicungunya em Minas Gerais. “O recado para a população, as orientações são exatamente os mesmos […] É importantíssimo que, neste momento os depósitos de água sejam muito verificados e cuidados [sejam tomados] dentro de casa”, diz.

Geane afirma que o estado está em alerta máximo. "Nós trabalhamos com grande risco de transmissão, principalmente, pelos fatores que a gente tem. A transmissão se dá pelo mesmo vetor que transmite dengue, e que é um vetor que está amplamente distribuído no nosso estado, além do [Aedes] albopictus, que está distribuído em diversos municípios. Além dessa questão nós temos a suscetibilidade de toda a população, toda a população suscetível a um vírus que nunca circulou no nosso meio. E, além dessa questão, municípios perto da fronteira com o estado da Bahia, que já tem transmissão comprovada e autóctone. Isso nos deixa em alerta máximo", afirma. Na próxima semana, cerca de 250 médicos serão capacitados em Minas e, no fim do mês, o estado vai lançar um plano de contigência.

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde (MS), divulgada no dia 9 de outubro, 173 casos internos da doença foram registrados em território nacional, sendo 156 na Bahia e 17 no Amapá.
A doença
O vírus chikungunya foi identificado pela primeira vez entre 1952 e 1953, durante uma epidemia na Tanzânia. Mas casos parecidos com essa infecção – com febres e dores nas articulações – já haviam sido relatados em 1770. O agente transmissor é o mosquito Aedes aegypti, mesmo causador da dengue, e Aedes albopictus.

Quais são os sintomas?
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.

Tem tratamento?
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.

Fonte: G1

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