‘Bati porque é safada’, diz torturadora

Elisângela Fernandes Maciel gravou vídeo com sua versão sobre o caso e pede desculpas

ReproduçãoElisângela fala pela primeira vez sobre o caso

Elisângela fala pela primeira vez sobre o caso

‘Bati porque ela é safada’. Esta é uma das frases que Elisângela Fernandes Maciel, de 22 anos, usa em um vídeo para dar a sua versão sobre o caso de tortura de uma menor de Praia Grande (SP). Ela continua foragida da Justiça, já que a polícia expediu um mandado de prisão contra ela depois que um outro vídeo foi à público. Nestas primeiras imagens, compartilhadas nas redes sociais em setembro, a acusada aparece batendo e xingando a menor.

No depoimento, que tem cerca de 10 minutos e foi postado nesta sexta-feira (17), a moça conta como conheceu Diego da Silva Santos, o ‘Bolinho’, pivô do episódio. Alega que a vítima não se conformava com o fim do relação com o rapaz e que durante o tempo em que moravam juntos, a fazia investidas para reconquistar o ex.

Disputa
“Conheci ele em uma semana e, na semana seguinte, nós estávamos morando juntos. Mesmo sabendo que eu estava com ele, ela postava frases de amor e as pessoas vinham comentar comigo. Ela postava que ia ficar com ele, mandava mensagem para ele. A todo momento ele me mostrava e sempre falou que ela era uma vagabunda”, conta.

Sobre a tortura, Elisângela argumenta que tentou evitar. "Eu fui até na casa da mãe dela, conversar, para não me complicar porque ela é menor de idade. A mãe dela disse que ia dar um jeito na filha, mas não adiantou nada. Ela mandou carta quando ele estava preso e fez até uma tatuagem com o nome dele. Mulher nenhuma aguenta isso".

Foragida
A foragida ainda lembra que a vítima falou que ele tinha ligado para ela. "Ela falou que tinha áudio dele falando que estava solteiro. Fui na casa dela, ouvi o áudio e perguntei se ela teria coragem de mostrar para ele. Ela falou que sim, entrou no meu carro e foi na minha casa. Ninguém obrigou ela a entrar no carro. Eu liguei para ele na hora e falei para ele ir conversar comigo e avisei que estava com ela. Ele falou que não queria saber de p… nenhuma. Um dia antes, a gente tinha brigado porque mandaram uma mensagem anônima", conta.

Elisângela diz acreditar que a menor enviou mensagens com nomes falsos visando acabar com o romance dos dois. "Ela tentava separar a gente de todas as formas. Nenhuma mulher tem ‘sangue de barata’. Eu fui muito apaixonada por ele, mas ele acabou com a minha vida. Ele não, ela. Agora ela está se fazendo de ‘santa’, de coitada", desabafa.

Agiu na emoção
Para Elisângela, a jovem poderia ter evitado o episódio. “Fiquei brava com ela. Ela não se defendeu porque não quis. Bati mesmo. Bati nela porque ela é safada. Por isso que ela não tem amigas. Ela mesma postou o vídeo. Eu pensei que não tinha vídeo no celular dela. Fiquei com muita raiva e agi na emoção. Sei que errei. Fiquei quatro meses tendo a minha vida atormentada. Estão me julgando e tenho recebido muitas ameaças. O mundo inteiro está contra mim”.

No depoimento ainda lembrou que por ‘Bolinho’ cortou os pulsos, e enfiou uma faca na própria perna. "Ele é ‘moleque’ e nunca assumiu a responsabilidade. Não entendi porque ele fez boletim de ocorrência contra mim. Ele falava que me amava, mas não assume nada. Mas peço desculpas para todo mundo, porque eu não sou uma pessoa ruim. O que aconteceu eu sei que tem consequência. Mas peço desculpas para ela e a mãe dela”, conclui.

A prisão temporária de Elisângela foi decretada na semana passada. Já a suposta cúmplice no sequestro e tortura da menor, Jackeline Justino de Souza, de 21 anos, está presa.

Vídeo
Nas imagens divulgadas em vídeo Elisângela dá tapas e socos na rival e chega a apagar um cigarro no rosto da vítima. A todo momento ela obriga a garota a confessar a traição e a xingar a si própria com palavras de baixo calão.

Nas redes sociais o assunto ganhou ampla audiência. Segundo a delegada Rosemar, os autores do compartilhamento do vídeo também podem responder por injúria. "Isso vai depender da intenção das pessoas que postaram as imagens – se foi para ajudar a identificar a agressora ou não".

Fonte: RAC

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