Curta que brinca com a ideia de um ‘radar gay’ vira hit na web

'Gaydar' conta história de um jovem que tem a sua vida amorosa complicada por não saber identificar se os homens pelos quais se sente atraído são ou não homossexuais.

DivulgaçãoCenas do curta 'Gaydar', produção de Felipe Cabral

Cenas do curta ‘Gaydar’, produção de Felipe Cabral

Popular dentro e fora do universo LGBT, a gíria ‘gaydar’ é a palavra usada para batizar a habilidade que alguém tem de detectar se uma pessoa é ou não gay. Inspirado neste termo, o ator e diretor carioca Felipe Cabral, 28, escreveu e dirigiu um curta-metragem que mostra como seria a vida dos homossexuais se existisse mesmo um aparelho que funcionasse como um radar de orientação sexual.

Na base da ação entre amigos, o curta “Gaydar” foi produzido com recursos mínimos, para não dizer irrisórios. “Fiz o curta com R$ 500, pagando o lanche dos amigos e a gasolina do carro do meu irmão”, se diverte Cabral, que também protagoniza a produção.

Investindo no humor, o curta conta a história de Rafinha, interpretando pelo próprio Cabral. O personagem tem dificuldades na sua vida afetiva por não conseguir identificar se os homens pelos quais se sente atraído são ou não gays. Para resolver esse problema, ele compra um ‘gaydar’ eletrônico no mercado negro. O problema é que o aparelho acaba metendo ele confusões, inclusive com o pai de sua melhor amiga.

“Gaydar” tem uma trajetória interessante. Finalizado e lançado em 2012, o filme só ganhou repercussão agora em 2014, quando Cabral decidiu colocá-lo na internet, no canal de vídeos Youtube, no final de janeiro. Em duas semanas, o curta alcançou mais de 10 mil visualizações.

Com quase doze minutos de duração, “Gaydar” tem no seu elenco atores com trabalhos em produções da TV Globo. Como é o caso de Gabriel Falcão, que protagoniza a atual temporada de “Malhação”, e George Sauma, que atuou na série “Toma Lá, Dá Cá” e na novela “Lado a Lado”.

Mesmo só fazendo sucesso agora, “Gaydar” já recebeu alguns prêmios como Melhor Curta Nacional pelo júri popular do Rio Festival Gay de Cinema, em 2012. No mesmo ano, a produção saiu do 7º Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual com as premiações de Melhor Roteiro e Melhor Atriz para Julia Stockler.

Além desses prêmios, “Gaydar” foi comprado pelo Festival Mix Brasil, entrando no circuito itinerante desta que é a maior mostra LGBT do Brasil. Essa venda permitiu que Cabral investisse em dois novos projetos de temática gay, chamados “Rótulo” e “Aceito”. O primeiro está pronto e o segundo em fase de produção.

Cabral acredita que participar de festivais como o Mix é fundamental na evolução do seu trabalho como diretor. “Depois de inscrever o ‘Gaydar’ nos festivais, notei que este é o espaço para pensar o cinema e para chegar num público que gosta de cinema, fazer contatos. É claro que lançar o curta na internet é incrível, especialmente pela repercussão”, avalia o diretor e ator.

BEIJO GAY NA TV
A temática LGBT já apareceu num trabalho em que Cabral atuou só como ator, a série “Quero Ser Solteira”, exibida pelo Multishow, em 2012. Na época, ele até protagonizou um beijo gay, vivendo o personagem Leozinho.

”Tem uma carência de beijo gay na TV. Não vamos ter uma novela gay e nem dá para falar tudo o que se quer, mas passos estão sendo dados. Quanto mais beijos mais espaço vai ter”, defende Cabral, que não sentiu necessidade de colocar essa cena em “Gaydar”, mas que vai exibi-la no seu próximo trabalho. “O curta “Aceito” vai ter porque fala de um relacionamento, então a história pede”, explica.

Cabral pretende continuar investindo na temática LGBT, tema dos seus três curtas. “Eu adoro falar sobre sexualidade. E a questão de gênero mexe muito com isso”, explica o ator e diretor, admitindo ainda que adoraria transformar “Gaydar” num longa.

Fonte: iG

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