Projeto das Cestas Nutricionais, criado em 2009, atingirá, até o final de 2014, a marca de meio milhão de cestas distribuídas em todo o Estado, beneficiando mais de 70 mil gestantes. São mais de R$ 32 milhões viabilizados para o projeto, graças aos recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep).
O projeto nasceu a partir de um pacto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que tinha a redução da mortalidade infantil como um dos desafios do milênio. Neste sentido, a Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seades) e Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) firmaram parceria com a finalidade de atender às carências das gestantes em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar do Estado.
Por possuir maior demanda, a região metropolitana de Maceió foi pioneira no recebimento das cestas, sendo mais de 125 mil cestas nutricionais distribuídas na área, desde o início do funcionamento do projeto. Atualmente, todos os 102 municípios de Alagoas recebem mensalmente a complementação alimentar que garante o desenvolvimento e nutrição dos bebês e saúde das mães ao longo dos nove meses de gestação.
O Agreste é a segunda região em demanda de cestas tendo recebido mais de 84 mil cestas. Em terceiro lugar está a região sul do Estado, com 51.785 cestas, seguida do Sertão com 51.643. Vales do Paraíba e Mundaú recebem 49.988 cestas; a região Norte contabiliza 28.006 e, por fim, a região da bacia leiteira com 18.004 cestas entregues ao longo dos quase cinco anos de projeto.
Com a entrega das cestas junto com outras ações de combate à fome, Alagoas vem se destacando nacionalmente como o Estado da Federação que mais combate a desnutrição no país. Nos últimos doze anos, apresentou um salto de 5% para 87,9% nos índices de redução da mortalidade infantil, ganhando reconhecimento internacional de órgãos como a ONU e o Unicef, em 2013.
Ferro e vitaminas
Os itens das cestas nutricionais foram pensados e devidamente escolhidos por nutricionistas da Sesau e da Seades com o objetivo de proporcionar uma alimentação mais rica em ferro e vitaminas, atendendo as necessidades nutricionais das gestantes. A cesta nutricional, diferente da cesta básica, é composta por 14 elementos: aveia, bolacha maria, leite em pó, feijão, arroz, óleo, suco de fruta, flocos de milho, bolacha cream cracker integral, margarina, café, açúcar, farinha de mandioca e sal.
Grávida de nove meses do sétimo filho, Maria Helena, 29 anos, moradora do povoado Piau, no município de Piranhas, depende diretamente da distribuição de cestas como fonte de alimento para sua família e reconhece ser indispensável à ingestão de nutrientes no desenvolvimento de seus filhos. “Já passamos fome várias vezes. Vivemos da roça e nem sempre temos dinheiro para comprar comida. Essa é uma ajuda muito boa para mim que preciso alimentar mais sete pessoas, sei que é por causa das cestas que meus filhos vão crescer com saúde”, declarou.
De acordo com a superintendente de Segurança Alimentar e Nutricional da Seades, Ana Paula Quintella, o Estado garante uma alimentação adequada e de qualidade. “Estamos assegurando mais saúde, mais segurança alimentar e nutricional. Mas, principalmente, mais dignidade para as nossas gestantes. Com esse projeto, garantimos um canal aberto de comunicação indispensável entre o Estado e as prefeituras, uma vez a distribuição das cestas é realizada pelas secretarias municipais com coordenação da Seades”, afirmou.
Critérios para recebimento
Como critério para o recebimento das cestas nutricionais as gestantes precisam estar devidamente cadastradas no Cadúnico, realizando as consultas pré-natais na rede municipal de saúde. Assim, serão assistidas pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), passando a receber a cesta, que é certificada pelo Inmetro.
