O Ministério do Meio Ambiente anunciou nesta quinta-feira (22) a saída de 77 espécies de animais da fauna brasileira do risco de extinção. A lista foi entregue pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) à pasta na última semana, mas só deverá ser oficializada por meio da publicação de portaria no "Diário Oficial da União", no segundo semestre deste ano.
O anúncio ocorre em meio a medidas divulgadas pelo ministério no Dia Internacional da Biodiversidade. Entre as espécies que ficarão fora da lista está a baleia-jubarte, encontrada na costa da Bahia e do Espírito Santo entre junho e novembro. A população das jubarte saltou de 500 animais em 1980 para cerca de 15 mil em 2012.
O último mapeamento da fauna brasileira feito pelo ICMBio foi lançado em 2003 e tem 1,4 mil espécies catalogadas. Desse total, 627 eram consideradas com risco de extinção. O novo inventário apresenta 7,6 mil espécies identificadas, sendo 1.051 com risco de extinção.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, será montada uma "força-tarefa" para aumentar o combate a crimes cometidos contra animais ameaçados de extinção.
"O Ibama passa a operar com ações especificas com a Polícia Federal, com a Polícia Rodoviária Federal, e ações dirigidas para espécies ameaçadas. Então, além do que a gente já faz com fauna, haverá força-tarefa dedicada em caráter permanente[…]. Haverá equipes dedicadas a isso, recursos para isso, resultados e monitoramento anuais para isso", disse Izabella.
A ministra também informou que a pasta passará a aplicar exclusivamente em projetos de conservação de animais e no investimento de unidades de conservação até 10% dos recursos arrecadados por compensação ambiental. Atualmente, os recursos são destinados a várias ações, mas sem determinação de valor específico para cada medida.
Novas ameaças de extinção
De acordo o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da biodiversidade do ICMBio, Marcelo Marcelino, o número de espécies em extinção registrou aumento em razão de o número das identificadas também cresceu.
"O número de espécies em extinção cresceu, mas porque a lista de espécies que temos identificadas hoje é muito maior. O inventário anterior, de 2003, tinha apenas 18% do número total de espécies que temos agora", declarou.
Segundo Marcelino, a expectativa é que no próximo ano o instituto tenha catalogado mais de 10 mil espécies. O diretor informou que o foco do instituto nos próximos meses é criar medidas para proteger animais que hoje não possuem ação de conservação. "Nosso foco agora é ter planos para 282 espécies que hoje não têm ações de conservação ou não estão dentro de unidades de conservação, como parques e reservas ecológicas."