Collor quer informações da PF sobre supostos depósitos em sua conta

Senador diz que não conhece e nunca teve qualquer relação com Alberto Youssef

Reprodução/TV SenadoSenador Fernando Collor

Senador Fernando Collor

"Tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido tempo e no seu devido lugar". Com essas palavras, o senador Fernando Collor (PTB-AL) comunicou, em pronunciamento feito na tarde desta segunda-feira, na tribuna do Senado, que está providenciando consulta oficial à Polícia Federal, ao juiz Sérgio Moro – da 13ª Vara Federal de Curitiba – e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para ter acesso a documentos e informações relacionados às notícias de supostos depósitos efetuados em contas de sua titularidade, atribuídos a um dos envolvidos na Operação Lava-Jato.

Collor afirmou, categoricamente, que não conhece e jamais manteve qualquer relação pessoal ou política com Alberto Youssef e nem com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, principais investigados no esquema de desvio de recursos. Apenas confirmou relação "de amizade e respeito" mantida há mais de 30 anos com Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro do seu governo, quando presidente da República.

O senador qualificou notícias veiculadas como "mais uma desmesurada tentativa de criminalização de quem não cometeu crime algum". E referindo-se à Revista Veja, disse que toda essa "rasteira manobra midiática", tem como pano de fundo "o inconformismo, a revolta e a sordidez de um veículo de comunicação, que se diz responsável, mas que não se conforma em ouvir a verdade, em aceitar a realidade de uma história que tem que ser reescrita e, menos ainda, em perder processos na justiça".

Segundo o senador, a Veja não se conforma em ter sido condenada pela Justiça, em março passado, a lhe pagar uma indenização superior a R$ 1 milhão – "a maior indenização já paga por um meio, por crime de calúnia e difamação" -, destacou Collor. E disse que, mais foi julgado precocemente e condenado antecipadamente pela revista.

Segundo o senador as informações sobre os depósitos foram manipuladas, usando "a velha tática de transformar o fato isolado em principal, e o principal, de maior relevância, em mero detalhe", e disse que desde a primeira reportagem sobre o assunto – publicada em abril, com informações que ele questiona se foram adquiridas dentro de critérios legais – já ficou clara a intenção da tentativa de vincular seu nome à chamada operação Lava Jato da Polícia Federal. "Como sempre, levantaram suspeitas, camuflaram informações, emitiram insinuações e, pior, fizeram acusações".

Collor questionou, por exemplo, o fato de não ter sido dado o devido destaque à declaração do juiz Sérgio Moro (que se debruçou sobre os processos e encaminhou a informação sobre os depósitos ao ministro do Supremo), segundo o qual, "não há qualquer indício do envolvimento do referido parlamentar" (referindo-se a Collor), nos crimes que já foram objeto das oito ações penais propostas".

"Por que o destaque da notícia como um todo não foi exatamente a prova de que não tenho nada a ver com aquele suposto esquema, se era essa a dúvida levantada pelos meios?. Se, antes, a suspeita era exatamente esta, por que agora não desmentem com o mesmo destaque. Afinal, foi o juiz Sérgio Moro quem se debruçou sobre os autos. É ele quem mais conhece os fatos, os inquéritos, as investigações e tudo o que se descobriu desse suposto esquema".

Collor afirmou que primeiro quer saber, por meio de consultas oficiais já encaminhadas aos órgãos competentes, a exata descrição de como, por quem e em que condições foram achados os comprovantes de depósitos em seu nome. E disse que, somente em posse de dados mais concretos, falará detalhadamente sobre o assunto.

Fonte: Assessoria

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