Futuro da Espanha passa por base campeã, ‘Xavi brasileiro’ e até africanos

GettyMoreno, o zagueiro do futuro para a Espanha

Moreno, o zagueiro do futuro para a Espanha

A derrota por 2 a 0 para o Chile, no Maracanã, não acabou apenas com as chances da Espanha na Copa do Mundo de 2014. Ela colocou fim a uma era, deixou um estilo em xeque e deixou uma mensagem clara: a geração bicampeã da Eurocopa e campeã mundial acabou.

Nos próximos meses – anos, talvez – a seleção espanhola, mais do que qualquer outra dentre as principais do mundo, passará por mudanças. Desde o gol até o ataque; passando pela defesa e pelo meio campo.

Uma reconstrução que tem por onde começar. Os espanhóis são atuais bicampeões europeus sub-21, e têm alguns dos melhores centros de formação de jogadores em todo o planeta.

Veja abaixo, posição por posição, como a Espanha deve começar a reformular sua equipe – tanto para a Euro-2016, na França, quanto para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Goleiros
Iker Casillas tem 33 anos, Pepe Reina, 31, Victor Valdés, 32. É bem possível que nenhum deles volte a defender a seleção espanhola em torneios oficiais.

O futuro da equipe está nas mãos de David de Gea, de 23 anos, goleiro do Manchester United. Revelado pelo Atlético de Madri, era ele o arqueiro da seleção campeã europeia sub-21 em 2013. Para esta Copa do Mundo, só foi convocado porque Valdés se machucou.

Em 2018, terá 27 anos. A idade que tinha Casillas na conquista da Eurocopa de 2008, que deu início à fase de ouro do futebol espanhol.

Zagueiros
Sergio Ramos e Gerard Piqué já foram considerados a melhor dupla de defesa do mundo, mas foram muito mal no Brasil. A dupla ainda tem idade para disputar as próximas competições – Ramos tem 28 anos, Piqué, 27 – mas é possível que haja mudanças.

Javi Martínez, hoje com 25 anos, foi titular no duelo contra o Chile e, apesar de não ter ido bem, deve ter outras chances.

Os espanhóis têm, ainda, uma geração de zagueiros que foi pouco testada na seleção, mas tem títulos nas categorias de base e deve conquistar espaço em seus clubes.

Dela, fazem parte Iñigo Martínez (22 anos), da Real Sociedad, Marc Bartra (23), do Barcelona, e Nacho Fernández (23), do Real Madrid.

Laterais
Os dois laterais da seleção espanhola decepcionaram na Copa. Mas Jordi Alba (25 anos) e César Azpilicueta (24) ainda têm uma longa carreira pela frente na seleção.

Ainda assim, ambos têm sombras que pedem passagem e certamente entrarão no projeto de renovação do selecionado espanhol. Pela direita, o nome forte para o futuro é Dani Carvajal, de 22 anos, que ganhou a posição de titular no Real Madrid e chegou a ser pré-convocado para a Copa-14.

Pelo lado esquerdo, o nome do momento é Alberto Moreno, de 21 anos, jogador do Sevilla. Ele também entrou na pré-lista de Vicente del Bosque, mas foi sacrificado porque o treinador optou por não levar um suplente de origem para a esquerda.

Meio-campistas
Nas duas partidas que disputou na Copa do Mundo, a seleção espanhola levou a campo a dupla de volantes formada por Busquets e Xabi Alonso. Os dois não foram bem, e Alonso (de 32 anos) possivelmente disputou sua última competição oficial na seleção.

Para a posição, um jogador aponta como favorito nos próximos anos: Ander Iturraspe, de 25 anos, destaque do Athletic Bilbao nas últimas temporadas e eleito para a seleção do Campeonato Espanhol da última temporada.

Outro jogador que apontava como revelação, mas que perdeu muito terreno na última temporada, é o basco Asier Illarramendi, que chegou a peso de ouro ao Real Madrid, mas não firmou-se na equipe merengue.

Mais à frente, a Espanha teve nos últimos anos dois dos maiores craques da história do país – Xavi, hoje com 34 anos, e Iniesta, 30.

A Copa do Mundo do Brasil pode ter sido a última de Iniesta – de Xavi, certamente foi -, e candidatos não faltam para as vagas dos motores da equipe.

O maior candidato a "novo Xavi" é brasileiro: Thiago Alcântara (23 anos), filho de Mazinho, nasceu na Itália e poderia ter defendido a seleção verde e amarela, que nunca se interessou. Ele aceitou, então o convite da Espanha. Convocado para a Copa-14, foi cortado por lesão.

Outro candidato a uma posição é Koke Resurrección, 22 anos, um dos motores do Atlético de Madri campeão da Liga Espanhola. Ele chegou a entrar no jogo contra o Chile, mas o placar já apontava 2 a 0 contra. O destino de Koke foi previsto pelo próprio Xavi: "Ele será o motor da seleção pelos próximos dez anos".

Há, ainda, o polivalente Isco – peça importante no Real Madrid de Carlo Ancelotti, que ainda não teve chances na seleção principal, mas deve ser uma das peças testadas no processo de renovação.

Atacantes
David Villa e Fernando Torres disputaram sua última Copa, Pedro estará com 30 anos em 2018, e Diego Costa tem um futuro incerto pela seleção espanhola, embora seja o mais jovem atacante da equipe na Copa-14, com 25 anos.

Outros jogadores, como Álvaro Negredo, Roberto Soldado e Fernando Llorente estão às portas dos 30 e não devem ter muitas chances no processo de renovação. Cristian Tello, de 22 anos, chegou a ser chamado por Del Bosque para um amistoso, mas as temporadas encostado no Barcelona não ajudam.

Os três nomes que aparecem como mas fortes, no momento, são de jogadores que devem ter uma temporada decisiva em 2014/15. Jesé Rodríguez (21 anos) começava a deslanchar no Real Madrid quando sofreu uma grave lesão e perdeu qualquer chance de ir ao Mundial.

Álvaro Morata, também do Real Madrid, é alvo de alguns dos principais clubes europeus e deve sair. Fora da sombra de Benzema, com mais minutos em campo, ele poderá se desenvolver e buscar uma vaga na seleção.

Outro jogador de quem os espanhóis esperam muito é o catalão Gerard Deulofeu. Atacante rápido, com boas arrancadas pelas pontas, ele destacou-se no Barcelona B, foi emprestado ao Everton e volta agora à equipe azul-grená. Sobre ele, pesa a fama de ser um jogador instável emocionalmente.

Há, ainda, dois jovens jogadores da base do Barcelona que foram destaques na conquista do título do clube catalão na Champions League sub-19: o ponta Adama Traoré, e o centroavante Munir El Haddadi.

Aí, entra outra questão: filho de malineses, Traoré poderia optar pela seleção do país africano – o mesmo acontece com El Haddadi, que é marroquino e até já defendeu a seleção de seu país nas categorias de base.

Fonte: ESPN

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