Professores de Maceió suspendem greve
Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 6, os professores da rede municipal de ensino decidiram suspender a greve, que teve início no dia 24 de julho e resultou no fechamento de cerca de 70% das escolas. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteal) levou ao conhecimento da categoria o resultado da audiência realizada nesta manhã com a Secretaria de Educação (Semed), no Tribunal de Justiça e os professores aceitaram dar uma trégua.
Segundo a assessoria de comunicação do Sinteal, os professores voltarão as aulas nesta quinta-feira, 7, e manterão as atividades, pelo menos, até a próxima audiência marcada para a próxima terça-feira, dia 14. O acordo é que a Prefeitura de Maceió mantenha aberto o canal de negociação , já que não chegaram a um acordo total sobre as reivindicações da categoria. “Em nome da conciliação os professores decidiram suspender a greve, com a promessa de avanças nas negociações”, disse a assessoria.
Resumo da Audiência no TJ
Em audiência realizada nesta quarta-feira (6), o magistrado, que já havia dado liminar em favor da Prefeitura de Maceió acatando o argumento da ilegalidade da greve, estabeleceu o dia 14 de agosto para que o município e Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) apresentem as propostas que serão discutidas em nova audiência. “Faço um apelo para que as aulas retornem, pois as crianças estão sendo prejudicadas”, disse o desembargador.
Na mediação, o desembargador James Magalhães sinalizou que em havendo uma negociação em curso e encaminhamentos sendo dados, a greve não era necessária. “A audiência teve o objetivo de ser democrática, pois há muitas crianças que precisam que a Educação não pare. O direito é legal, mas a forma é ilegal. Precisamos dialogar sobre temas tão complexos. Dentro desta complexidade espero que a razão prevaleça e que dia 14 tenhamos uma decisão propostas pelas partes”, informou Magalhães.
O procurador-geral do município Ricardo Wanderley, destacou que já havia uma mesa de negociação instalada e que, a Prefeitura tem uma gestão responsável perante decisões a serem tomadas, principalmente no que se refere ao uso do recurso público. “Não podemos dizer que não há avanços, uma vez que já solucionamos mais de 80% da pauta do Sindicato”, explicou Wanderley.
A secretária municipal de Educação, Ana Dayse Dorea, reforçou ainda que eram sete itens e que em menos de 18 meses de gestão, só existe um ponto a ser atendido, entretanto, já havia negociação em curso. Além disso, sobre a diferença do aumento a secretária esclareceu que já tinha sido definida a implantação em novembro, desde a última paralisação dos professores em maio.
Ana Dayse Dorea destacou ainda o envolvimento das secretarias municipais contribuiu na organização dos cenários apresentados para sanar em definitivo o benefício do um terço hora-atividade. “Uma medida como esta envolve todo o município, uma vez que fatores, como planejamento, orçamento, impacto financeiro e outros são analisados”, reiterou Ana Dayse, que destacou o envolvimento do prefeito Rui Palmeira na busca pela solução.
A presidente do Sinteal, Consuelo Correia, reconheceu o canal de negociação mas também informou que levará a sugestão de retorno das aulas, proposta pelo desembargador à categoria. “Nós queremos também que a educação seja melhorada e queremos garantir o direito dos professores”, disse Correia.
Na intervenção do Ministério Público, o procurador Walber Valente de Lima afirmou que o papel dos diálogos é de mediação. “Todos nós sabemos que a Educação é muito importante. Se investir com a Educação há uma redução em outros investimentos como saúde. O papel do Ministério Público é mediar”, disse o procurador.
Estiveram presentes na audiência de conciliação, o procurador do Ministério Público, Walber Valente de Lima, a secretária municipal de Educação de Maceió, Ana Dayse Dorea, o secretário-adjunto de Educação, João Carlos Barbirato, o procurador-geral do Município, Ricardo Wanderley, a presidente Sinteal, Maria Consuelo Correia e a vice-presidente, Celia Capristano, e o vereador Guilherme Soares, vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Maceió.
