Fábio Acioli: ‘nossa esperança é que tenha surgido um fato novo’, diz promotor

Sem falar com a imprensa, o médico Paulo Medeiros, pai do universitário Fábio Acioli, chegou – na manhã desta sexta (25) – à 9ª Vara Criminal acompanhado da filha e do advogado para prestar esclarecimentos sobre suas declarações após o julgamento, que afirmava acreditar na inocência dos condenados. Para a promotoria, a esperança é de que um fato novo seja acrescentado no processo pelo pai da vítima.

José Antônio Malta Marques, promotor do caso, afirmou que solicitou o depoimento de Paulo Medeiros porque acredita que ele pode saber algo que acrescente no processo. “Essa é a nossa esperança, de ter novos elementos nos autos”, declarou o promotor.

Questionado se a declaração do pai de Fábio Acioli teria sido motivada pela emoção diante do julgamento do caso, Malta Marques afirmou que o depoimento de Medeiros deverá esclarecer tudo. “Pode ser um desabafo, mas ele pode saber algo que não esteja no processo. A nossa esperança é que tenha surgido um fato novo”, disse.

No julgamento, realizado no último dia 15, os réus Carlos Eduardo de Souza e Wanderley do Nascimento foram condenados a 26 anos e quatro meses de prisão pela acusação de serem os autores materiais do crime. No processo, a autoria intelectual do crime é desconhecida. Os dois condenados negam qualquer participação no assassinato.

Já para o juiz que presidiu o júri, Geraldo Amorim, Paulo Medeiros está sendo ouvido nesta sexta após pedido do representante do Ministério Público. Para o magistrado, a declaração do pai da vítima pode ter sido motivada por uma comoção diante da emoção dos condenados após o anúncio da sentença. “Ele [Paulo Medeiros] pode ter se comovido diante do choro dos réus. Ele talvez não esteja acostumado com isso e por estar sensibilizado pela perda do filho tenha dado a declaração. Mas se houve provocação, vou ouvir quantas pessoas forem necessárias”, completou o magistrado.

O crime

Fábio Acioli foi sequestrado no dia 11 de agosto de 2009 em um coqueiral do bairro de Cruz das Almas, por dois homens armados. Ele foi levado em seu veículo, um Pegeout de placa MUH 6407/AL, até um canavial no Complexo Benedito Bentes, onde foi agredido e teve quase 90% do corpo queimado.

O carro de Fábio foi carbonizado e abandonado em uma estrada de barro em Jacarecica. O jovem morreu dias depois em decorrência das queimaduras, em um hospital de Recife, em Pernambuco.

O crime bárbaro, a crença na participação de pessoas influentes no assassinato e o fato de os autores intelectuais nunca terem sido apontados oficialmente, causou revolta na opinião pública que, até hoje, cobra o esclarecimento do caso.

A defesa dos condenados, realizada pelo defensor público Ryldson Martins, pediu esta semana a anulação do júri, com a alegação de que duas testemunhas-chave não foram ouvidas durante o julgamento.

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