Unicef revela queda de 43% na mortalidade infantil, destaca Benedito de Lira

Apesar de comemorar o avanço, o senador reconheceu que existem gargalos.

AscomSenador Benedito de Lira

Senador Benedito de Lira

Em 2000, Alagoas ostentava a taxa de mortalidade infantil mais alta do país: 58,4 óbitos para cada mil nascidos vivos – mais que o dobro da média nacional de 27,4 mortes. Já em 2008, foram registrados 21,5 óbitos por mil nascidos vivos, representando uma queda de 48,3%. As informações foram apresentadas na quarta-feira (6) em discurso do senador Benedito de Lira (PP) a partir de dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

“Alagoas deixou para trás o posto de estado com o maior índice de mortalidade infantil. Os novos índices registrados em Alagoas não são obras do acaso ou bondade divina. Esse resultado só foi possível devido à combinação de políticas públicas adequadas, integração de esforços e ao trabalho árduo do governador Teotônio Vilela que tomou a decisão política de capitanear essa transformação”, disse o senador.

Em 2009, a taxa caiu novamente e Alagoas chegou a 20,05 óbitos para cada mil nascidos vivos. Os dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e de Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde.

Com o êxito na redução do número de mortes entre crianças, UNICEF publicou o livro “Avanços e Desafios – a redução da mortalidade infantil em Alagoas” para demonstrar a outros estados que é possível enfrentar o problema.

“Vale ressaltar que essas conquistas ocorreram no estado mais pobre do país, em um período relativamente curto se levarmos em consideração a situação caótica. Passamos de um caso de fracasso na proteção da vida, para nos tornarmos exemplo de que é possível mudar, mesmo em condições adversas”, disse.

O relatório do Unicef apontou como ações eficientes a aplicação de recursos na ampliação e na modernização de maternidades e hospitais; oferta de atendimento humanizado a gestantes e bebês e o estabelecimento de parcerias estratégicas com organizações da sociedade civil.

Apesar de comemorar o avanço, o senador reconheceu que existem gargalos a serem superados para atingir índices aceitáveis. “Temos muito a comemorar, mas não vamos esmorecer enquanto ainda houver gestantes e bebês em risco. Se o estado mais pobre do país conseguiu servir de exemplo na redução da mortalidade infantil, contra todos os prognósticos, podemos chegar ainda mais longe agora que contamos com o Governo de Alagoas comprometido com a questão”.

Iniciativas

Segundo o relatório do UNICEF, o governador de Alagoas, Teotonio Vilela, conseguiu mobilizar prefeitos, secretários, médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e organizações da sociedade civil. “Após essa fase, foram aplicados mais de R$ 3 milhões em equipamentos para as maternidades, além da inauguração de unidades de tratamento intensivo neonatal em hospitais do interior como Arapiraca e Palmeira dos Índios e ampliadas as coberturas às gestantes e recém-nascidos”, disse Lira.

Também mereceu destaque no discurso, a iniciativa do governo estadual de custear metade do valor de medicamentos que garantem a sobrevivência de crianças prematuras. Essa decisão aliviou gastos dos municípios, já que o Ministério da Saúde financia a outra metade dos valores.

Ainda foram reconhecidas ações em saneamento básico, o SAMU Neonatal, a criação de bancos de leite materno e os cartórios em maternidades, além do Programa Viva Vida que oferece 14 itens de alimentação nos 102 municípios do Estado, visando à segurança alimentar da criança e da mãe. Foram 321 mil cestas nutricionais que atenderam 53 mil gestantes em três anos.

Próximos passos

De acordo com o relatório do Unicef, ainda é necessário aumentar a rede de cobertura a gestantes e bebês para reduzir as diferenças de atendimento entre as regiões do estado. A intenção é que postos do Programa Saúde da Família, ambulatórios, maternidades, hospitais gerais e especializados atuem como uma rede e não como unidades isoladas.

Para superar estes gargalos, está prevista a organização do sistema de saúde, a ampliação da Maternidade Santa Mônica, em Maceió, e a construção de Unidades de Cuidados Intermediários em Penedo e Piranhas.

Está prevista a estruturação da Unidade de Pronto Atendimento de Viçosa que atenderá 8 municípios próximos e do Hospital Regional de Santana do Ipanema que beneficiará 24 municípios.

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