Vasenin, em fotos tiradas em 1942 e 2007
Aos 93 anos, Nikolai Vasenin, um ex-soldado do Exército russo na 2ª Guerra Mundial quer encontrar uma mulher que conheceu há 60 anos na França. Ele se diz apaixonado e acredita que ela ainda está viva.
"O nome dela é Jeanne… Uma morena, nada especial. Mas preciso encontrá-la a qualquer custo. Tenho 93 anos e não há motivo para esperar mais", disse, em entrevista à AFP.
Aos 24 anos, Vasenin fugiu de um campo de concentração nazista em 1943 e se juntou a um grupo de Maquisards, trabalhadores rurais da Resistência Francesa. Jeanne era filha de Gerard Monot, um dos líderes do movimento, mas não houve grande contato entre eles.
"Não falava uma palavra de francês. No começo ninguém confiava em mim, mas depois da nossa primeira luta contra nazistas na região de Drome eu me tornei comandante de 25 guerrilheiros."
Após uma batalha, ferido na perna, o russo foi levado por Gerard Monot para a sua casa, onde a sua filha, quatro anos mais nova que Vasenin, o medicou.
Foi o único relacionamento entre os dois, mas, ainda assim, em 1944, quando o soldado teve que partir para Paris, ele conta que pediu Jeanne em casamento. O pai se mostrou "categoricamente contra".
"Provavelmente porque eu era pobre. E Jeanne… Ela ficou triste, mas tinha medo do pai", relatou.
Em 1945, ao voltar para a União Soviética, Vasenin foi preso "por traíção", como outros ex-combatantes. Após quatro anos, ele se casou com Zinaida, uma geologista que visitou a mina onde os presidiários trabalhavam. O casal teve três filhos.
Desde a morte da mulher, há cinco anos, ele vive sozinho em Novoberezovsky. Em 2005, o russo foi condecorado como cavaleiro francês, por ser o único sobrevivente do seu grupo de Maquisards, mas nunca havia comentado sua frustração.
"Je t’aime (eu te amo) são as únicas palavras que sei em francês, mas serão suficientes", acredita.
Com a história pública, ele espera que Jeanne seja localizada e a história tenha um final feliz.
