João Beltrão apresenta sugestões para minimizar violência em AL

Em aparte, Joãzinho Pereira (PSDB) defendeu uma mudança na escala de serviço dos policiais militares alagoanos, para 12 por 12.

Deputado João Beltrão e outros parlamentares debateram a segurança
Deputado João Beltrão e outros parlamentares debateram a segurança

Mais uma vez, o tema violência pautou os discursos dos parlamentares na sessão ordinária desta terça-feira, 23, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Primeiro a usar a tribuna, o deputado João Beltrão (PRTB) fez várias denúncias acerca da fragilidade da segurança pública, principalmente em seu reduto eleitoral, Coruripe, e apresentou sugestões para minimizar o problema.

O parlamentar afirmou que a delegacia de Coruripe está fechada e quem manda na segurança da região é um traficante de drogas conhecido como “Pataca”: “Ele determina até a hora que o povo deve dormir. Já em Feliz Deserto, quem manda é o Cabeludo, que define até o horário para a realização de festas de aniversário”.

Como forma de minimizar a insegurança pública, Beltrão sugeriu medidas como a unificação dos salários dos policiais militares, a distribuição mais igualitária do efetivo em todos os municípios e até uma mudança na legislação, determinando que os policiais militares estejam ligados às autoridades municipais, como prefeito e magistrado, ao invés do Comando da PM.

O deputado também questionou o efetivo da Polícia Militar em Alagoas e realizou um rápido cálculo tomando como base o número de seis mil homens. “Se colocarmos 30 em cada cidade, daria 3.060 e as prefeituras poderiam contratar, cada uma mais 30 guardas municipais para acompanhar os PMs. Hoje, em Coruripe, temos apenas dois policiais”, afirmou, sugerindo uma parceria entre o Governo do Estado e as prefeituras.

Beltrão também denunciou que as viaturas de Coruripe são abastecidas no município de Penedo, distante 75 km do município do Litoral Sul e sobrecarga do delegado de Coruripe, que responde também por Feliz Deserto e a Piaçabuçu.

Em aparte, Sérgio Toledo afirmou que a violência é um problema que atinge todos os municípios e relatou que, durante uma audiência pública em Marechal Deodoro soube de um fato ‘estarrecedor”, que foi confirmado pelo próprio delegado: “Como a delegacia não possui efetivo, quando alguém vai registrar uma denúncia lá é o próprio denunciante que tem que entregar a intimação para o denunciado”.

Mudança na escala

Também em aparte, Joãzinho Pereira (PSDB) defendeu uma mudança na escala de serviço dos policiais militares alagoanos. “O Comando da Polícia, especialmente a militar, tem que adotar carga horária de São Paulo, de 12 por 12. Aqui, um PM trabalha um dia e folga dois, por isso tem outros serviços: é dono de bar, de loja, faz segurança privada… Tem que trabalhar 12 horas e folgar 12, é isso que pode resolver um pouco a violência”.

Ainda mais duro no discurso, Jeferson Morais (DEM), que integra a Comissão de deputados que acompanha os dados do Programa Brasil Mais Seguro em Alagoas, afirmou que o plano está fadado ao fracasso, mas disse que ainda não poderia antecipar os dados que estão sendo colhidos pelos parlamentares. “Não há segredo: tudo esbarra na falta de contingente. Hoje, a polícia tem armamento, viaturas novas, mas tudo isso está parado porque não tem policial”.

Último a falar sobre o tema na sessão de hoje, João Henrique Caldas (PTN), voltou a defender a instalação da CPI da Violência como forma de ampliar a discussão e dar as respostas que a sociedade tanto tem cobrado.

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