Corintianos libertados na Bolívia chegam a São Paulo e comemoram

Outros cinco permanecem presos.

Marcelo PradoTiago Aurélio dos Santos abraça os irmãos no saguão do aeroporto

Tiago Aurélio dos Santos abraça os irmãos no saguão do aeroporto

Após 106 dias presos na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, os sete corintianos libertados na quinta-feira pela Justiça da Bolívia chegaram a São Paulo na tarde deste domingo com sensação de alívio por estarem de volta, mas também de apreensão pelo futuro dos outros cinco que permanecem detidos, acusados de participação na morte do garoto Kevin Espada, atingido por um sinalizador marítimo durante jogo entre San José e Corinthians, no dia 20 de fevereiro, pela Libertadores.

– Foi um pesadelo. A sensação de pisar no Brasil é indescritível. Foi feita justiça – disse Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, que foi recepcionado pelos pais e pelos irmãos no aeroporto.

– Pensamos que fosse demorar mais porque a investigação na Bolívia dura seis meses. Agora temos de lutar pelos outros que estão presos. Mas logo eles estarão aqui também – completou Fábio Neves Domingos.

O Corinthians, que chegou a divulgar nota oficial na quinta-feira, comemorando a libertação dos sete torcedores, não enviou nenhum representante ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, para recebê-los. No local, aliás, havia poucos torcedores – a grande maioria formada por amigos e familiares dos libertados. De acordo com muitos deles, a festa só será completa quando os outros cinco deixarem a cadeia.

– Olê olê olá, os sete estão aqui e os cinco vão chegar – gritavam os familiares, que chegaram a se reunir para rezar um Pai Nosso e depois gritar o nome dos sete libertados.

Chegaram ao Brasil: Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, Danilo Silva de Oliveira, Tadeu Macedo Andrade, Rafael Machado Castilho Araújo, Fábio Neves Domingos, Hugo Nonato e Clever Souza Clous. Permanecem em Oruro: Reginaldo Coelho, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Cleuter Barreto Barros.

Os 12 torcedores foram acusados de participação na morte do garoto Kevin Douglás Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador marítimo durante o empate por 1 a 1 entre San José, da Bolívia, e Corinthians, pela primeira fase da Taça Libertadores da América. Depois de 106 dias, a Justiça boliviana concluiu que não havia provas contra sete dos torcedores, e todas as acusações contra eles foram retiradas.

Todos os 12 se dizem inocentes. A defesa deles se baseia no fato de o menor H.A.M., de 17 anos, ter admitido o disparo que matou Kevin Espada. Ele voltou para o Brasil logo após o jogo e, depois de alguns dias, prestou depoimento na Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, assumindo a culpa. O promotor boliviano Alfredo Santos Canaviri chegou a vir ao Brasil e ouviu o garoto no início de maio, mas nada foi alterado no processo.

O temor dos libertados é grande. A possibilidade de que a culpa recaia inteiramente sobre os torcedores que permanecem na Penitenciária de San Pedro os deixa apreensivos.

O Corinthians divulgou uma nota oficial em seu site, exaltando a felicidade pela liberdade dos sete torcedores. O clube destacou a participação do presidente Mário Gobbi e do ex-mandatário Andrés Sanchez nas conversas com os bolivianos e prometeu empenho para conseguir também a saída dos cinco alvinegros que permanecerão na penitenciária em Oruro.

Fonte: globoesporte.com

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