Movimentos sociais ocupam o Incra e nove agência do Banco do Brasil
As instalações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e oito agências bancárias – no interior e agência central na capital alagoana – foram ocupadas na manhã desta segunda-feira, 8. A ação está sendo realizada pelos Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Os trabalhadores rurais alegam que o montante de R$ 60 milhões foram retirados das contas do Banco do Brasil. O recurso é proveniente do pagamento dos créditos para produção, habitação e outros benefícios que as famílias assentadas têm direito. As agências bancárias ocupadas são, além da central, em Maceió, Batalha, Piranhas, Delmiro Gouveia, União dos Palmares, Novo Lino, São Luís do Quitunde, Atalaia e Girau do Ponciano.
Os dirigentes do movimento culpam o governo federal pela morosidade do processo de implantação da reforma agrária no Estado. “Como consequência nós temos os crimes no campo, como foi o último caso de pistolagem ocorrido neste fim de semana nas dependências da Usina Laginha, onde foram recolhidas cerca de 48 cápsulas de balas”, enfatizou Josival Oliveira, dirigente nacional do MLST.
Oliveira se referiu ao atentado ocorrido na madrugada do último sábado (6), quando ‘pistoleiros’ em seis caminhonetas e duas motocicletas efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra os trabalhadores e incendiaram os barracos. Na ocasião, o Pelotão de Operações de Policiamento Especiais (Pelopes) da Polícia Militar recolheu 40 cápsulas de pistola 380 e outras oito foram entregues – por dirigentes – ao delegado da cidade.
Os serviços bancários (inclusive autoatendimento) e administrativo no Incra estão todos interrompidos até quando uma comissão for recebida pelos órgãos. “Estamos mobilizados porque saquearam todo recurso de crédito destinado aos assentados no Brasil e em Alagoas. Somente no nosso Estado foram R$ 60 milhões sequestrados das agências do BB pelo Incra”, adverte Débora Nunes do MST.
Crédito: Ascom MLST
Crédito: Ascom MLST
