Policiais são apontados como autores materiais do assassinato de Roberta Dias

Priscylla Régia/Alagoas24HorasDelegados detalham elucidação do caso Roberta Dias

Delegados detalham elucidação do caso Roberta Dias

A Polícia Civil de Alagoas prendeu, nesta sexta-feira, 06, três policiais civis suspeitos de envolvimento em tráfico de drogas e homicídios na região do baixo São Francisco. Além dos agentes de polícia, outras oito pessoas foram detidas também por possível envolvimento nos crimes.

Nesta tarde, os delegados Ana Luiza Nogueira, da Divisão Especial de Investigação e Capturas da Polícia Civil (Deic), Cícero Lima, da Delegacia de Homicídios e Nilson Alcântara, diretor da Polícia Judiciária da Área 2 concederam entrevista coletiva para repassar à imprensa detalhes das duas operações. Uma por tráfico de drogas e outra por homicídio.

De acordo com informações dos delegados, os policiais – identificados como Gledson Oliveira da Silva, 33; Carlos Welber Freire Cardoso, 34; Carlos Braulio Lopes Idalino, 38 – se beneficiavam do tráfico de drogas e teriam envolvimento em três homicídios.

Eles são apontados como autores materiais dos assassinatos de Roberta Dias, de 18 anos, Sérgio Bento, 38 e Daniel Araújo Santos. "A autora intelectual da morte de Roberta Dias seria a mãe do garoto com quem a vítima tinha uma relacionamento, identificada como Meirejane. O policial Idalino seria parente de Meirejane, que está foragida. Ele teria recebido R$30 mil para matar Roberta. Como tinha vínculo com o policial Gledson, acordou a morte da vítima. A motivação seria o fato de Roberta se negar a abortar o bebê", contou a delegada.

Ainda segundo a delegada Ana Luiza Nogueira, as investigações deram seguimento após a prisão de um dos envolvidos na morte da jovem. Luís Rogério da Silva, 47, foi preso há duas semanas no Paraná. Ele teria colaborado com o crime.

Nogueira contou também que outra vítima dos policiais foi Sérgio Bento. Ele seria a testemunha ocular do sequestro e morte de Roberta Dias. Por conta disto, teria sido morto.

Morte por engano

A terceira vítima da história foi Daniel Araújo, assassinado por engano. O alvo era o irmão de Daniel, que era acusado de assassinar Givanildo dos Santos Bandeira, 23 anos, o "Quinho". Givanildo teria envolvimento com o tráfico de drogas e fazia parte do grupo dos policiais.

Conforme a PC, este crime contou ainda com a participação do secretário de comunicação da Prefeitura de Penedo, Rafael Medeiros de França, de 35 anos. Ele teria emprestado o carro para o crime.

Tráfico de drogas

Ainda conforme informações do delegado Cícero Lima, a Delegacia de Penedo era utilizada como local de comercialização de drogas.

Questionado sobre o fato do delegado titular da época, Rubem Natário, ter ciência do fato e do envolvimento dos policiais na morte de Roberta Dias, Cícero Lima informou que o caso está sendo apurado.

"O fato é que não houve celeridade nas investigações da morte de Roberta. E não foi esclarecido. Talvez ele não tenha dado prioridade ao caso, já que, existem vários inquéritos na delegacia. Acreditamos que ele não sabia de nada, mas está sendo investigado", informou.

Durante a operação, outras pessoas foram presas. São eles: Janiel Moreira, 38 anos, conhecido como “Dido Som”; Rita de Cássia Soares Tavares, 40; Lucas Rafael Soares Tavares, 23, o “Eduardo ou Alma”; Maria de Fátima Santos, 38; Ubiratan Ferreira Batista, 43, o “Bira”; e José Roberto Medeiros Vasconcelos, 37 anos, conhecido como “Neguinho de Pedro Melo”. Além de uma menor de 16 anos.

A PC apreendeu um revólver 38, 15 munições, crack e cocaína. Os mandados de prisão sobre o tráfico de drogas foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital e os de homicídio foram emitidos pelo juiz Antônio Barros, da Comarca de Penedo.

Provas

Embora a PC aponte os policiais como participantes em crimes, não há provas materiais, mas apenas testemunhais.

"Temos como base informações de testemunhas. O corpo não apareceu, mas já temos informações de possível local que o corpo foi deixado e as investigações continuam", afirmou a delegada Ana Luiza.

Os acusados vão ser levados à Casa de Custódia da Polícia Civil, no Farol.

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