O PT divulgou nesta segunda-feira (23) uma nota de esclarecimento sobre a saída do PSB do governo federal. Após o presidente do partido, Eduardo Campos, ter se reunido na última quarta-feira (18) com a presidente Dilma Rousseff para oficializar a saída, o partido ficou mais "independente do governo" mirando as eleições de 2014.
Mesmo tentando afagar o PSB no comunicado, o PT acabou desprezando a possível candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República. Isso porque o partido da presidente Dilma Rousseff não abriu espaço, no comunicado, para pensar que a disputa presidencial envolverá outras legendas, além de PT e o grupo tradicionalmente representado pela oposição (PSDB, DEM e PPS).
— Esperamos que o PSB se mantenha ao lado do projeto de mudanças que estão em curso no País", diz a nota do PT, em claro tom de polarizar mais uma vez as eleições presidenciais.
Como o PSB insistirá na pré-candidatura de Campos, os ítens 1 e 2 do comunicado oficial do PT devem desagradar ao partido socialista. Essa indisposição pode trazer preocupação ao governo, já que o PSB tem 27 dos 513 deputados e quatro dos 81 senadores, portanto, qualquer contratempo entre o PT e o PSB pode representar uma baixa considerável nas fileiras da base parlamentar do governo.
Além dessa base parlamentar, o PSB governa nos Estados do Amapá, Ceará, Espírito Santo, Paraíba e Pernambuco.
Veja a íntegra no comunicado oficial do PT:
"A Comissão Executiva Nacional do PT, reunida em São Paulo no dia 23 de setembro de 2013, a propósito da decisão do Partido Socialista Brasileiro – PSB de deixar de participar do governo federal, decide:
1) reafirmar que tanto agora quanto nas eleições de 2014, está em jogo a mesma disputa de projetos que marcou as eleições de 2002, 2006 e 2010;
2) que, portanto, tanto no primeiro quanto no segundo turno, a disputa colocará os partidos em dois campos distintos: um deles representado pelos avanços promovidos pelos governos de Lula e de Dilma, e outro, representado pelos governos hegemonizados pelo PSDB, DEM e PPS;
3) neste sentido, esperamos que o PSB se mantenha ao lado do projeto de mudanças que estão em curso no País;
4) onde o PT decidiu participar de governos dirigidos pelo PSB, assim como onde o PSB participa de governos dirigidos pelo PT, deve prevalecer o debate programático, mantendo a diretriz de que os cargos estão sempre à disposição;
5) orientamos nossos diretórios municipais e estaduais, assim como nossas bancadas, a fortalecerem o campo democrático popular, que em 2014 deverá reeleger a companheira Dilma presidenta.
São Paulo, 23 de setembro de 2013.
Comissão Executiva Nacional do PT"