Saiba os cuidados a tomar na hora de presentear a criança com um pet

Divulgação/Paulo Celestino/Encrenquinha'sFilhotes de golden retriever, uma das opções de compra para pais que querem presentear filhos no dia 12 de outubro

Filhotes de golden retriever, uma das opções de compra para pais que querem presentear filhos no dia 12 de outubro

Pais que pretendem dar um bicho de estimação para as crianças no próximo dia 12 devem tomar muito cuidado ao decidirem comprar um animal para o seu filho, seja ele um cão, gato, tartaruga ou papagaio.
Além de precisarem pensar nos custos que terão para adquirir e manter o animal, é necessário debater se o novo integrante da família terá qualidade de vida ao conviver com a criança, que terá de desenvolver um senso de responsabilidade para cuidar do bichinho.

A data comemorativa é um grande impulso nas vendas de pets em lojas especializadas. No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo G1, a compra deve ser feita com responsabilidade para que se evite o abandono de animais.

"Nessas épocas festivas, os pais acabam dando animais para crianças de forma impulsiva, porque o filhote é bonito ou porque o amiguinho tem um. Esta decisão [de comprar animal] tem que ser de todos da família, porque isso evita o abandono", explica Rodrigo Filippi Prazeres, médico veterinário especialista em animais de pequeno porte, silvestres e selvagens.

Bonito, mas não tão barato
Viviane Cintra Almeida, 50 anos, proprietária do canil Encrenquinha’s, em São Paulo, explica que ao escolher um cão para se juntar à família, o dono terá que cumprir alguns "protocolos de sobrevivência", entre eles o de passear com o cachorro ao menos duas vezes ao dia, por exemplo.

Pensar nos gastos também será necessário. Se a família optar por um pet da raça poodle, ele terá de desembolsar cerca de R$ 2 mil pelo filhote e se preparar para um gasto médio anual de R$ 1.400, referente a alimentação, banhos quinzenais e aplicação de vacinas contra viroses, gripe, raiva e giárdia (um tipo de protozoário).

Se o escolhido for um cão de porte maior, como um golden retriever, um filhote chega a custar pelo menos R$ 2.500, e os gastos anuais aumentam podem aumentar cerca de R$ 3.600. Por ser um animal de grande porte, a quantidade de comida e o gasto com banhos em pet shop são maiores.

Ter um gato pode ser mais econômico e menos trabalhoso do que ter um cão. No entanto, os cuidados são os mesmos.

Cristina Facchini, 45 anos, proprietária do Gatil Ágata, em Juquitiba, interior de São Paulo, estima um gasto médio anual de R$ 1.000 com um gato na fase adulta. No valor está embutido custos com ração, um banho por mês em pet shop, compra de areia sanitária e aplicação de vacinas.

Ela explica que é preciso escolher gatos considerados tolerantes, ou seja, que gostam de brincar e ser levados no colo. Neste caso, são recomendados felinos das raças napoleon (filhote custa R$ 1.500) e munchkin (R$ 3 mil). “Criança gosta de amassar, apertar, e nem todo gato gosta”, disse.

Tartaruga ou papagaio?
Na loja Galpão Animal, especializada em bichos exóticos, os animais mais procurados são a tartaruga tigre-de-água, calopsitas e papagaios.

Segundo Mayara da Silva, vendedora da loja na Vila Leopoldina, na capital paulista, apenas na semana passada foram comercializados 26 papagaios, cada um a R$ 2.500 – segundo ela, todos legalizados e com licença concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

As calopsitas, cujo preço varia entre R$ 180 e R$ 350, também são bastante requisitadas, mas, assim como os papagaios, precisam da ajuda dos pais para serem criadas. “São animais companheiros, que gostam bastante de atenção. Mas os pais devem tomar cuidado quando a criança for brincar, porque eles não gostam que apertem muito”, explicou.

Senso de responsabilidade
O médico-veterinário Rodrigo Filippi Prazeres recomenda que os pais estudem muito bem antes de adquirir um animal para os filhos. Ele afirma ainda que o ideal é que este "presente" seja dado para crianças que tenham, no mínimo, dez anos.

“As pessoas têm que ir atrás, estudar o quanto vale ter um animal, o tempo médio de vida dele, os gastos com veterinário, ração, vacinas. Tudo isso tem que ser planejado no orçamento da família”, explica.
Ele afirma que ter um bicho estimula o senso de responsabilidade nas crianças, com melhorias psicológicas, além de contribuir para aumentar a resistência imunológica e reduzir o estresse. No entanto, Prazeres complementa dizendo que "animal não é brinquedo", portanto, deve ser respeitado e protegido por seus proprietários.

“O que vemos muito hoje é que as pessoas querem ter bichos que estão ‘na moda’. Animal não é brinquedo, é uma vida. Quem tem, precisa de muita responsabilidade para cuidar, desde um peixe de aquário até um cavalo, porque ele sente medo, fome, tristeza e dor”, explicou Rodrigo.

Ele explica ainda que é necessário avaliar o espaço onde o bicho de estimação vai ficar, quem vai cuidar das suas necessidades fisiológicas e também pensar a longo prazo, quando o pet crescer, principalmente se for um animal silvestre. “É uma responsabilidade de ao menos uma década”, explica.

Fonte: G1

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