PM confirma depoimento de colega sobre detalhes da tortura de Amarildo

Outros 10 agentes devem responder por ligação com o crime.

Reprodução/ TV GloboEx-comandante da UPP da Rocinha foi levado para presídio no Rio

Ex-comandante da UPP da Rocinha foi levado para presídio no Rio

Um terceiro policial militar foi ouvido, nesta sexta-feira (18), por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, sobre o Caso Amarildo. O agente confirmou, no depoimento, as informações dadas por um colega sobre os detalhes da tortura a que o ajudante de pedreiro foi submetido em julho, antes de morrer.

Por conta das novas informações, mais 10 PMs devem ser denunciados. Alguns deles por crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver, outros por omissão de socorro. Nos próximos dias, o Ministério Público deve oferecer nova denúncia.

Major em Bangu 8

Ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, o major Edson Santos foi transferido, nesta sexta-feira (18), para o presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. Ele deu entrada no sistema penitenciário por volta das 14h, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A decisão da Justiça do Rio de Janeiro atendeu a um pedido do Ministério Público, conforme mostrou o RJTV.

Além do major, o ex-subcomandante da mesma UPP, tenente Luiz Felipe de Medeiros, da Unidade Especial Prisional (UEP), também foi transferido. De acordo com Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), os dois dividem a mesma cela. Antes de chegarem a carceragem, eles passaram por exames de corpo delito no hospital da PM.

Capa de moto

O policial militar que prestou depoimento no MP sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza disse que a capa da motocicleta usada para esconder o corpo do ajudante de pedreiro e retirá-lo da favela após a tortura, pertencia ao major Edson Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha.

Ainda segundo o policial, durante a tortura o ajudante de pedreiro teria sido afogado dentro de um balde que ficava ao lado da UPP. O recipiente servia para armazenar a água que escorria do ar-condicionado do contêiner. O ajudante de pedreiro ainda teria sido submetido a choques. Em depoimento, o policial também disse que os envolvidos prejudicaram o trabalho da polícia. Um dia depois do desaparecimento de Amarildo, o local foi limpo e todos os vestígios de sangue apagados. Dois diuas depois da tortura eles também teriam jogado óleo no piso e construído um depósito no local.

Entenda o caso

Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.

No dia 27 de setembro, uma ossada achada em Resende, no Sul Fluminense, passou por uma necrópsia, motivada pelas suspeitas de que poderia ser de Amarildo. O relatório, porém, foi considerado inconclusivo, e a ossada será novamente analisada no Rio de Janeiro.

Fonte: G1

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