Cadela que teve pata colada com super cola passará por cirurgia

Géro Bonini/Especial para TerraA cachorra foi avaliada por veterinários da Unesp e passará por cirurgia

A cachorra foi avaliada por veterinários da Unesp e passará por cirurgia

A cachorra Radija, da raça poodle, que teve a pata fraturada colada com Super Bonder por um veterinário de São Manuel, a 264 km de São Paulo, terá que passar por uma cirurgia. De acordo com o proprietário do filhote de quatro meses, José Luiz Padovan, a cadela foi levada ao Hospital Veterinário da Unesp de Botucatu nesta sexta-feira, onde por cinco horas foi feita a raspagem do pelo para retirar toda a cola e uma radiografia, que constatou a necessidade de uma intervenção cirúrgica.

"As pessoas que atenderam a Radija na Unesp disseram que o outro veterinário deveria ser preso. Falaram que nunca viram o que ele fez", lamentou Padovan. "Em função do tratamento errado que ela teve, com a pata colada contra o peito, terá que fazer uma cirurgia para resolver a fratura da pata e acabar com o risco de uma amputação", completou.

Segundo o médico veterinário Carlos Roberto Teixeira, responsável pelo Departamento de Cirurgia de Animais da Unesp, a cirurgia já está marcada e acontecerá na próxima quarta-feira. "Fizemos uma nova radiografia, que confirmou a fratura no membro anterior. Agora, ela passará pelo procedimento normal em casos como este, que é a cirurgia para imobilização interna", explicou.

O médico veterinário Airton Romão, responsável por utilizar a cola instantânea para imobilizar a pata fraturada da cachorra, colando o membro contra o peito do animal, segue investigado pela Polícia Civil de São Manuel, após o Boletim de Ocorrência de maus tratos e também pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), que abrirá uma sindicância.

Segundo o CRMV, se for constatado que houve maus tratos ou negligência, Romão poderá ser advertido ou até ter seu registro suspenso.

Veterinário se defende

Mesmo com as investigações, o veterinário insiste que não houve erro e culpa aos proprietários da cadela pelos ferimentos. "Existe uma série de trabalhos com esse tipo de cola, desde cirurgias até suturas de pele. O que estão fazendo é sensacionalismo em cima do meu nome. A dona do filhote que acabou causando a lesão. Ela utilizou água quente para tirar a cola e machucou a coitadinha", disse Romão.

"Se tivesse deixado a cola por trinta dias, como é novinha a cachorra, não iria nem precisar de cirurgia, mas como mexeram, agora terão que fazer isso com ela, infelizmente", completou.

O veterinário revela que já utilizou outros produtos em seus trabalhos, além de cola instantânea. "Já refiz bico de pássaros com massa Durepoxi e foi resolvido o problema", afirmou.

Airton Romão sente apenas a repercussão negativa desta história. "Tenho um nome formado, sou conhecido regionalmente, tenho filhos e netos e sou ídolo para eles. Não estou acostumado que essas palavras de baixo calão que algumas pessoas têm direcionado. Estou acostumado com elogios pelos meus trabalhos", lamentou.

"Já disse aos donos da Radija, se quiserem que eu trate ela das feridas que eles causaram ao tirar a cola, estou à disposição. A cachorrinha não tem culpa do que fizeram com ela", finalizou.

Fonte: Terra

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