Um caso chocante: uma criança de 1 ano e 7 meses morreu na segunda-feira (5), em Curitiba. Segundo a polícia, ela foi espancada pela mãe adotiva.
Depois de cinco dias internado, Luan morreu, com traumatismo craniano. A polícia abriu inquérito e prendeu, em flagrante, a mãe, acusada de maus tratos.
Ela tinha adotado o menino em janeiro, em um processo que durou um ano. Para o delegado, ela é responsável, ou por ter provocado a lesão, ou por negligência.
“Ela tinha responsabilidade na guarda dessa criança. Era dever, de obrigatoriedade, saber o que acontecia com ela, quem seria o autor desse espancamento, se não foi ela“, afirma o delegado Fabio Amaro.
Para a família, que também ajudava a cuidar de Luan, foi um acidente. “A gente sabe só que ela estava dando banho nele e ele caiu. Ela estava sempre em volta dele, protegendo ele, brincando”, relata Reilane Gregório, tia da criança.
Os médicos que atendem crianças aprendem a distinguir marcas de violência dos sinais deixados por quedas ou acidentes.
A agressão a crianças se torna visível nas estatísticas. Um hospital de Curitiba, referência em atendimento infantil, recebeu 374 vítimas de violência no ano passado. Em média, é uma criança agredida por dia.
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados mais de 12 mil casos de violência física contra menores de dez anos, no ano passado no Brasil. Um aumento de 14% em relação aos dados de 2010.
“Para abuso físico a criança tem fraturas antigas, já consolidadas. É feito uma investigação. Todo caso de violência contra criança e adolescente é grave”, esclarece a pediatra Maria Cristina Silveira.
