Oscar
O Internacional não vai abrir os cofres para acabar de uma vez por todas com a ‘novela Oscar’. Quem garante é o advogado da equipe, Rogério Pastl. Em conversa com o ESPN.com.br, o representante jurídico colorado disse que o clube gaúcho não tem nenhuma responsabilidade pelo imbróglio entre jogador e São Paulo e jogou a ‘dívida’ para o meia.
“O Inter não tem esse poder de fazer isso (pagar para encerrar a ‘novela’). É um débito que é do Oscar, o Inter não é o devedor. Não chegamos nem a sentar com o São Paulo para negociar. Não sabemos nem o valor que eles querem”, disse o advogado.
Mesmo se esquivando da dívida, porém, o Internacional já está totalmente precavido judicialmente. Segundo Rogério Patsl, o clube já tem toda a estratégia traçada desde que acertou com o meia, no meio de 2010. Na quarta-feira, o presidente colorado, Giovanni Luigi, já havia dito que o departamento jurídico do clube possui ‘remédios’ para tratar o assunto. As medidas, porém, não são reveladas pelo Inter.
“A gente ainda não tomou nenhuma medida jurídica, então não posso falar nada sobre a estratégia. Até mesmo para não nos atrapalhar. Mas temos um plano traçado desde que o Oscar veio para o Inter. O clube já sabe o que fazer e a hora de fazer”, disse Pastl.
O advogado também conversou com a rádio Estadão ESPN e explicou como seria feito o cálculo da multa rescisória de Oscar com o São Paulo. O valor sairia do salário anual do jogador multiplicado por 100. O ‘problema’, porém, é que o atleta está no último ano de contrato. Assim, o resultado desta conta teria que ser reduzido em 80%. Assumindo que o salário do jogador no Morumbi fosse de 15 mil, a multa seria de 4 milhões de reais.
“Vamos supor que o Oscar não aguentasse a pressão e decidisse voltar ao São Paulo. Ele vai lá no Recursos Humanos e resolve pedir demissão. Se fôssemos discutir a cláusula penal, ele vai ser devedor de cerca de 4 milhões de reais”, disse.
Certo, porém, parece ser o fato de que Oscar não deve voltar ao São Paulo neste momento. “O Oscar não vai voltar a jogar. Ele já manifestou isso no final de fevereiro. Ele está feliz, prosseguindo a carreira dele. Foi no Inter que ele conseguiu chegar à seleção. Não tem nenhum motivo para voltar ao São Paulo”, disse Pastl.
“O fato de o contrato entre São Paulo e Oscar ser válido não implica no fato de o Oscar ter que voltar. Por quê? Porque a Constituição Federal garante que as pessoas têm o direito de escolher aonde querem trabalhar. Essa obrigatoriedade de voltar ao São Paulo ele não tem. Claro que se ele não voltar, implicará em um rompimento de contrato e ele pode ser punido, indenizado”, explicou.
Entenda o caso – A 16ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) voltou a dar ganhou de causa ao clube do Morumbi no ‘caso Oscar’ e obrigou o meia a retomar seu vínculo com os paulistas.
A decisão desta quarta-feira, na verdade, apenas esclarece o que determinou o juiz Nelson Bueno do Prado, da 40ª Vara do estado, no começo de fevereiro. Na ocasião, foi determinado que os direitos federativos voltassem ao São Paulo. O texto do mandato, porém, deu margem pra dúvidas, e a CBF decidiu manter o vínculo de Oscar com o Internacional.
Desta vez, porém, a secretária do Tribunal Regional do Trabalho já prometeu que vai enviar uma nota à CBF ratificando a decisão. Assim, o São Paulo espera que a confederação mude a postura em relação ao caso e dê apoio à decisão judicial. Vale lembrar, porém, que ainda cabe recurso a Oscar.
Oscar foi revelado no Morumbi e surgiu como uma das grandes promessas do clube. O meia, porém, se desentendeu com o São Paulo e entrou na Justiça alegando irregularidades em um contrato que havia sido assinado por ele dois anos antes. Depois de uma série de julgamentos e recursos, o meia conseguiu se desvincular e acertou sua transferência para o Internacional.
