Cerca de 750 PMs participam da implantação de UPPs no Complexo do Alemão

Tropa do Exército será substituída gradativamente por policiais militares.

Fernando Quevedo/O GloboPoliciais do Bope chegam ao Complexo do Alemão para substituir os militares do Exército

Policiais do Bope chegam ao Complexo do Alemão para substituir os militares do Exército

Cerca de 750 policiais participam da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades Nova Brasília e Fazendinha, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. A operação conta com participação de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque, da Companhia de Cães e do Grupamento Aéreo Marítmo (GAM), além de 300 policiais recém-formados que já vão compor as novas UPPS. Os policiais substituem os militares do Exército nessas localidades.

A PM já instalou dois centros de controle nas duas comunidades. As novas unidades vão funcionar provisoriamente dentro de contêineres posicionados ao lado das estações dos teleféricos. O comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, está vistoriando os novos centros. As unidades fazem parte do processo de instalação da UPP. As sedes permanentes ainda estão em obra. O coronel apresentou também o comandante da UPP da Nova Brasília, o major Edson Raimundo dos Santos. Falta ainda nomear o capitão da UPP da Fazendinha.

Desde as 4h, o Bope está na favela Nova Brasília, enquanto o Choque ocupa o Morro da Fazendinha. A ação policial, segundo a PM, é o protocolo a ser cumprido conforme o decreto para implantação da UPP. Simultaneamente, os policiais que farão parte destas UPPs participam também desde as 4h do patrulhamento no entorno dessas comunidades. Os policiais do Bope e do Choque fazem uma varredura nessas favelas em busca de drogas e traficantes remanescentes. A ação do Bope na região deve durar uma semana. Em seguida, os policiais vão ocupar aos poucos as outras favelas do Complexo do Alemão para implantação de novas UPPs. Rumores nas comunidades dão conta que as escolas estão fechadas, mas os professores estão nas salas de aulas aguardando os alunos. O comércio funciona normalmente, e os moradores saem para trabalhar com tranquilidade.

Os moradores são revistados, e a documentação de motoqueiros é cobrada. Três helicópteros da Polícia Militar fazem uma ronda. A PM divulgou uma nota informando que a ouvidoria das polícias e a corregedoria da corporação acompanham a operação.

A Polícia Militar pede que moradores façam denúncias através do Disque Denúncia para que traficantes e armas sejam localizados. A intenção é encontrar os que que ainda estejam atuando na área. Segundo o serviço de inteligência da PM, traficantes do segundo e terceiro escalões que ficaram nas duas comunidades são hoje os responsáveis pela venda de drogas na região.

Na segunda-feira já era possível notar a retirada gradativa dos militares da Força de Pacificação do Alemão. No interior das favelas, só eram vistos homens do Exército perto das estações do teleférico. Nas ruas, o clima era de expectativa entre moradores. Muitos temem a saída do Exército.

— Tenho medo de que isso aqui fique como era antes. Hoje existe tráfico, sim, mas de forma mais velada, sem armas nas ruas — disse uma comerciante.

Segundo dados levantados pelo serviço de inteligência da PM, até armas grandes já entraram na região, principalmente no Complexo da Penha. No Alemão, há pistolas, e o tráfico atende basicamente ao consumo interno.

Segundo o relações-públicas da Força de Pacificação, tenente-coronel Fernando Fantazzini, toda a tropa que está ocupando o Complexo do Alemão sairá para dar lugar aos homens do Bope. Ele informou que os 900 militares do Exército, que ocupam a região em sistema de escala, serão distribuídos entre a Serra da Misericórdia e favelas do Complexo da Penha, principalmente a Vila Cruzeiro.

Fonte: O Globo

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