Após prejuízo, Gol pode cortar até 100 voos por dia

DivulgaçãoVoos que serão retirados são cerca de 8% dos voos diários

Voos que serão retirados são cerca de 8% dos voos diários

A Gol vê necessidade de reduzir de 80 a 100 voos diários entre março e abril, e esse movimento de "racionalização" implicará em uma redução de custos fixos, como a diminuição do número de funcionários por meio de licenças não-remuneradas e demissões voluntárias, afirmou o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Junior. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 710,4 milhões em 2011, depois de apresentar lucro de R$ 214,2 milhões no ano anterior.

De acordo com o executivo, a redução, que será na proporção de 80% para voos da Gol e 20% de voos da Webjet, será em viagens noturnas e não implicará na descontinuidade de nenhuma rota. Os voos que serão retirados da malha representam cerca de 8% dos voos diários, visto que a companhia, incluindo a Webjet, realizou entre 1.100 e 1.150 voos por dia entre janeiro e fevereiro.

"Você pode perceber no quarto trimestre pressão nos custos de combustível, tarifas aeroportuárias, variação cambial… e no momento em que passou a existir essa pressão, principalmente sobre os custos variáveis, nós nos vimos obrigados a revisar a malha… e nessa revisão nós enxergamos a necessidade de reduzir em torno de 80 a 100 voos diários", afirmou Oliveira a jornalistas em teleconferência nesta terça-feira.

"E todo esse movimento que tem sido feito em relação a licença não-remunerada, demissão voluntária, vem no sentido de adequar a essa nova realidade da companhia", prosseguiu Oliveira, afirmando que não é possível divulgar números porque o processo ainda está em andamento.

Segundo o executivo, a companhia tinha expectativas para o crescimento do mercado doméstico e premissas macroeconômicas, como o de crescimentos do PIB e preço do petróleo, que não se concretizaram, o que levou à decisão de reduzir a quantidade de voos, que não serão concentrados em nenhuma região brasileira.

"Nós entendemos que o movimento de racionalização da malha implica também em uma redução do custo fixo para que não haja nenhum impacto no Cask ex-fuel (custos que excluem combustíveis). Essa redução se dá exatamente nos voos que não apresentam uma receita satisfatória, a receita não é suficiente para compensar o custo variável", disse Oliveira.

Ele afirmou ainda que essas reduções foram planejadas antecipadamente, e que não devem haver mais medidas como esta para garantir a rentabilidade da companhia neste ano. Para Oliveira, não é possível afirmar que a Gol "errou" no seu planejamento de voos e na contratação de funcionários.

"É uma mudança de visão e não dá pra atribuir essa mudança de visão a um erro. O erro seria a gente permanecer com problemas, permanecer com vôos dando prejuízo pra companhia e talvez comprometendo a sobrevivência da empresa. Eu diria que houve uma mudança no cenário macroeconômico, de patamares, e nós estamos nos ajustando a essa mudança."

Além disso, o presidente da Gol afirmou que todos as estimativas da companhia para o ano estão mantidas. Na madrugada desta terça-feira a Gol divulgou que encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 54,3 milhões, queda de 58,9% sobre o resultado apurado um ano antes, devido ao aumento de custos e despesas e variação cambial.

A empresa apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar, em inglês) de R$ 238,9 milhões, queda ante os R$ 475 milhões registrados no quarto trimestre de 2010. As ações da Gol tinham alta de 2,2%, a R$ 13,09, às 12h33, em uma das maiores altas do Ibovespa, que caía 0,11% no mesmo horário.

Fonte: Terra

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