Primeira válvula cardíaca produzida no país será apresentada em AL

A primeira válvula cardíaca desenvolvida e produzida no Brasil, batizada de Inovare, deverá convergir a atenção geral de especialistas e pesquisadores brasileiros e do exterior no 39º Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular, a se realizar no período de 11 a 17 deste mês em Maceió. Ela será apresentada a imprensa alagoana nesta quinta-feira (12), às 10h, no Centro de Convenções de Maceió.
A válvula já foi certificada pela Anvisa, em setembro do ano passado, para implante percutâneo (via cateterismo cardíaco), procedimento que elimina a etapa de abrir o paciente. Ela foi produzida por meio de um consórcio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Braile Biomédica, de São José do Rio Preto, com a supervisão do cirurgião-cardíaco e pesquisador Domingos Braile (SP).
Para o cirurgião-cardíaco José Wanderley Neto (AL), anfitrião do evento, a Inovare “coloca o Brasil em posição de igualdade às potências mundiais da medicina de ponta”.
– Essa válvula – disse ele – se destina a corrigir desgastes da válvula natural do coração sem que o cirurgião precise abrir o peito do paciente. Ela é implantada por meio de um cateter, pela veia femoral ou mediante um corte pequeno no peito, num procedimento minimamente invasivo.
Feita com pericárdio bovino (a pele que reveste o coração do boi), a válvula se destina a tratar uma doença chamada estenose aórtica grave – um desgaste ou calcificação da válvula que regula o fluxo sanguíneo do coração para a aorta. “Ela já foi implantada em mais de 140 pessoas no Brasil”, contou Wanderley.
Uma outra grande vantagem da válvula cardíaca Inovare é seu custo: cerca da metade do preço de uma válvula cardíaca importada, o que dá maiores possibilidades do SUS ampliar o atendimento a pacientes cardíacos no país.
As vantagens não ficam aí. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), Walter Gomes, co m ela, o tempo de cirurgia cai de duas horas, em média, para apenas 40 minutos, “e dá aos pacientes melhor recuperação”. Basta observar, disse, que na cirurgia convencional é feito um corte de 30 cm, enquanto para implantar a válvula Inovare usa-se a veia femoral ou uma incisão no peito de apenas 5 cm”.
Por fim, ela é a grande alternativa de tratamento de pessoas com idade avançada ou com doenças que impedem a indicação da cirurgia convencional. “Por conta do alto risco de uma cirurgia de grande porte para essas pessoas, elas ficavam até pouco tempo atrás sem possibilidade terapêutica. Agora, com a válvula brasileira, todas podem receber tratamento”, explicou Wanderley Neto.
Além da válvula cardíaca Inovare, será também apresentado no congresso o primeiro coração artificial brasileiro, também produzido com tecnologia inteiramente nacional e que está à espera de certificação da Anvisa para ser utilizado em larga escala no país. Ao custo de pelo menos metade do preço dos importados, ele é tido como esperança de grande número de brasileiros que dependem do SUS.

Fonte: Ascom/Evento

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